Para compreender os ITENS II e III basta nos remetermos pensar o trabalho do assistente social na contemporaneidade.
Como observa Iamamoto (2001), o processo de transformações que ocorre na esfera do trabalho implica alterações substanciais às demandas de qualificações profissionais do Serviço Social [...], na medida em que requer uma formação profissional que possibilite aos assistentes sociais refletirem criticamente sobre as atuais tendências do processo de produção capitalista e seus reflexos nas funções tradicionalmente atribuídas à profissão e das novas formas de gestão da força de trabalho.
No que se refere à mudanças que vêm operando na esfera do Estado e das políticas sociais públicas , assistimos a um ajuste das diretrizes e ações governamentais através de uma ampla reforma do Estado, segundo diretrizes políticas de raiz neoliberal. (IAMAMOTO.op. cit)
[...] o processo em curso na sociedade brasileira indica um redimensionamento no perfil do assistente social, isso porque a base material e organizacional do trabalho do assistente social depende das organizações públicas e privadas as quais atuam no campo das políticas sociais, e ao que tudo indica, essa base está sofrendo uma mudança de forma ( op.cit:183)
Tais mudanças decorrem das privatizações da esfera estatal, em acordo com as novas formas de gerenciamento e controle da força de trabalho no processo de produção.
Neste quadro de mudanças, Iamamoto indica uma diversidade de organizações não governamentais ( ONGS) que demandam o trabalho do assistente social, as parcerias do Estado com as tradicionais organizações filantrópicas e com as empresas , a retração da prestação de serviços sociais realizadas diretamente pelas organizações do setor público estatal. A autora observa uma transformação do tipo que foram tradicionalmente atribuídas ao assistente social, exigindo-lhe, por exemplo, cada vez mais sua inserção em equipes interdisciplinares, o seu desempenho no âmbito de formulação de políticas públicas impulsionadas pelo seu processo de municipalização: o trato com o mundo da informática, a intimidade com as novas técnicas e discursos gerenciais, entre muitos outros aspectos, o que muitas vezes tem sido lido, enviezadamente como desprofissionalização, perdas de espaços, restrição de suas possibilidades ocupacionais ( pg.185). Na perspectiva de Iamamoto, o que está por detrás desses discursos são as dificuldades de se apropriar das mudanças macrossociais que operam no campo profissional.
É preciso ter claro os elementos que permeiam o mundo do trabalho.
Contratação temporária por projeto, Trabalho polivalente, Atuação focada em metas, Reforço ao perfil técnico em detrimento do perfil ético-político.
E os que permeiam a prática profissional do Assistente Social.
Contratação temporária por projeto, Trabalho polivalente, Atuação focada em metas, Reforço ao perfil técnico em detrimento do perfil ético-político.
Bo@ T@rde!
ITEM I: O trabalho multidisciplinar ocorre também como um trabalho onde existem diversos profissionais, de diversas áreas envolvidas. O grande ponto que diferencia o trabalho Multidisciplinar do trabalho Interdisciplinar é o ISOLAMENTO. No trabalho multidisciplinar as disciplinas não se comunicam, não interagem entre sim, não existe a troca e a cooperação que se tem no trabalho interdisciplinar. No trabalho Multidisciplinar existe um objeto comum assim como no interdisciplinar. A cooperação é mínima, dessa forma não é favorecida a troca de informação entre os saberes que estão envolvidos.
Os desafios que se colocam demandam dos/as profissionais, e dos/as assistentes sociais especialmente, uma articulação na defesa do SUAS e de todas as políticas sociais, a partir de uma leitura critica da realidade e das demandas sociais. Embora Serviço Social e Psicologia, principais profissionais hoje inseridos/ as no SUAS, possuam acúmulos teórico-políticos diferentes, o diálogo entre essas categorias profissionais aliará reflexão crítica, participação política, compreensão dos aspectos objetivos e subjetivos inerentes ao convívio e à formação do indivíduo, da coletividade e das circunstâncias que envolvem as diversas situações que se apresentam ao trabalho profissional. É possível construir, a partir dessa ação interdisciplinar, um cenário de discussão sobre responsabilidades e possibilidades na construção de uma proposta ético-política e profissional que não fragmente o sujeito usuário da política de Assistência Social. Conforme dispositivo da Resolução CFESS nº 557/2009, art. 3º- “o assistente social deve, sempre que possível, integrar equipes multiprofissionais, bem como incentivar e estimular o trabalho interdisciplinar”. O trabalho em equipe não pode negligenciar a definição de responsabilidades individuais e competências, e deve buscar identificar papéis, atribuições, de modo a estabelecer objetivamente quem, dentro da equipe multidisciplinar, encarrega-se de determinadas tarefas.
Ademais, a Resolução nº 557/2009 traz outros regramentos quanto à atuação profissional do assistente social em equipes multiprofissionais, este deverá respeitar as normas e limites legais, técnicos e normativos das outras profissões, em conformidade com o que estabelece o Código de Ética do Assistente Social, regulamentado pela Resolução CFESS nº 273, de 13 de março de 1993. Garantir a especificidade de sua área de atuação. Por conseguinte, o entendimento ou opinião técnica do assistente social sobre o objeto da intervenção conjunta com outra categoria profissional e/ ou equipe multiprofissional, deve destacar a sua área de conhecimento separadamente, delimitar o âmbito de sua atuação, seu objeto, instrumentos utilizados, análise social e outros componentes que devem estar contemplados na opinião técnica.