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ID
1469035
Banca
COVEST-COPSET
Órgão
UFPE
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO 2

                              Ser jornalista é possível.

      Todo jornalista é um contador de histórias. E só sabe contar uma história aquele que consegue ouvi-la. Sem desejar ser personagem central dela, como os adolescentes. Sem torcer escandalosamente para um lado ou outro do conflito, como os donos da verdade. Afinal, toda história é um conflito, não é? Ser jornalista é apenas ouvir e contar o que ouviu. Parece óbvio, mas é cada vez mais raro.
      Não há dúvida de que há uma crise no jornalismo e, embora eu esteja certa da sobrevivência de um dos produtos mais nobres do mundo, a notícia, acredito também que há caminhos a percorrer para que ela mantenha intacta sua dignidade. Não, não sou purista. Sei que a versão do fato pode ser incrivelmente mais poderosa do que o fato em si, a depender da maneira como é contada. Sei também que os interesses comerciais e políticos colocados nesse tabuleiro podem determinar antecipadamente o resultado do jogo. E tenho perfeita noção de que o contador de histórias é só peão nesse xadrez. Mas quanto significado há nessa incumbência! Contar a história que sobreviverá ao tempo!
      Mora aí a inquietude que me assalta vez por outra. Seja por necessidade de produtividade extrema, seja por outros fatores, um jornalista não tem mais o tempo que tinha para amadurecer e saber identificar com precisão tentativas de manipulação, interesses políticos, financeiros e religiosos ou vaidades de maneira geral. A função do repórter se apequenou diante do gigantismo do mercado da mídia e seus esforços para superar a crise. Uma crise que não é da notícia, que jamais morrerá. O que vai mudar, e muito, é o modelo de negócios em torno da embalagem da notícia. Enquanto isso, é cada vez mais difícil encontrar os contadores de histórias imparciais. Não isentos de opinião, que todos nós a temos. Mas livres, isso sim, do que não couber no fato narrado porque a ele não pertence.
      A todos os que desejam seguir o jornalismo, desejo a melhor sorte. O terreno é minado, mas com juízo, ousadia e ética, ser jornalista é possível, é belo, é quase sublime. Acreditem, como eu, que as melhores histórias ainda estão por vir.

                                                                              (Ana Paula Padrão. Revista IstoÉ, Edição 2306, 05/02/2014.
                                                                                                                                                      Adaptado).


Observe o trecho: “O terreno é minado, mas com juízo, ousadia e ética, ser jornalista é possível, é belo, é quase sublime." A formulação do fragmento sublinhado provoca um efeito de:

Alternativas
Comentários
  • Letra D - (empáfia, presunção e arrogÂncia são sinônimos) 

  • a) embate e contraste.

    •  Embate (substantivo) - Choque; batida ou encontro violento, impetuoso.

    •  Contraste (substantivo) - O que sinaliza a oposição ou a distinção entre coisas ou pessoas, quando comparadas.

     

    b) empáfia e autoestima.

    •  Empáfia (substantivo) - Excesso de orgulho; comportamento de quem manifesta superioridade, arrogância ou pretensão; arrogância, insolência ou soberba.

    •  Autoestima (substantivo) - Característica da pessoa que se valoriza, estando satisfeita com sua maneira de ser, com sua forma de pensar ou com sua aparência física, expressando confiança em suas ações e opiniões.

     

    c) presunção e arrogância.

    •  Presunção (substantivo) - Opinião excessivamente boa acerca de si mesmo; demonstração dessa opinião em público; expressão de vaidade, afetação.

    •  Arrogância (substantivo) - Prepotência; atitude de quem se sente superior aos demais ou da pessoa que assume um comportamento prepotente, desprezando os outros.

     

    d) reiteração e ênfase.

    Reiteração (substantivo)

    •  Repetição; ação ou efeito de reiterar, de repetir: a reiteração de uma ordem.

    •  Ação de fazer ou de dizer novamente: a reiteração do crime.

     

    Ênfase (substantivo)

    •   Num discurso, narrativa, texto etc., valorização ou destaque que se atribui a certa parte, expressão, palavra etc.; realce.

     

    e) cautela e prevenção.

    •  Cautela (substantivo) - Precaução; excesso de cuidado que se toma com o objetivo de prever um mal, um dano, um perigo.

    •  Prevenção (substantivo) - Opinião formada sem exame; parcialidade.

     

    A única alternativa que se encaixa é letra D.