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ID
1482742
Banca
CEPERJ
Órgão
SEDUC-RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                       A BATALHA PELA PUBLICIDADE INFANTIL

     A publicação de um estudo contratado por uma gigante do entretenimento, em dezembro, esquentou a briga pela legitimidade do mercado publicitário infantil. A pesquisa questiona resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) que considera a publicidade infantil abusiva, e pinta um quadro de desastre para a economia caso a recomendação seja cumprida. Em 2015, o tema deve continuar mobilizando forças dos dois lados, pois será debatido no Congresso.

     Segundo os números do levantamento divulgado pela empresa, a produção destinada ao público infantil gera 51,4 bilhões de reais em produção na economia nacional, 1,17 bilhão de empregos, mais de 10 bilhões de reais em salários e quase 3 bilhões em tributos. Com as propostas do Conanda em prática, que restringem nas peças publicitárias o uso de linguagem infantil, de personagens e de ambientes que remetem à infância, as perdas seriam, segundo a empresa, de 33,3 bilhões em produção, cerca de 728 mil empregos, 6,4 bilhões em salários e 2,2 bilhões em tributos.

     Para Ekaterine Karageorgiadis, advogada do Instituto Alana, dedicado a garantir condições para a vivência plena da infância, a decisão do Conanda é baseada na Constituição, na qual a propaganda infantil é classificada como abusiva, e portanto ilegal. Para Karageorgiadis, o problema é que a fiscalização do material televisivo, impresso e radiofônico não é eficiente. "Justamente porque essa publicidade continua existindo, o Conanda traz uma norma que dá a interpretação, para que o juiz, promotor ou o Procom possam identificar de maneira mais fácil o abuso", afirma. Karageorgiadis rebate a tese de caos econômico apresentada pela empresa. Segundo ela, a resolução não tem impacto sobre a produção de produtos como brinquedos, cadernos e alimentos. Eles poderão continuar a ser produzidos, diz ela, mas terão de ser divulgados aos pais, em propagandas realizadas em canais adultos e sem elementos do universo infantil. "O licenciamento para entretenimento não é afetado: os desenhos continuam existindo, os brinquedos continuam existindo, o problema é a comunicação que se faz disso", diz.

     A advogada relata caso em que a propaganda é feita até mesmo dentro das escolas. "Há denúncias de canais infantis que vão em escolas e distribuem brindes de novelas que estão sendo realizadas", diz. "A novela infantil pode ser realizada, mas um grupo de agentes ir à escola distribuir maquiagens e cadernetas não pode".

     Mônica de Sousa, diretora executiva da empresa, disse que sua principal preocupação é o impedimento da "comunicação mercadológica dirigida à criança", o que afetaria a comercialização de diversos produtos de sua empresa, como cadernos, livros e até uma linha de macarrão instantâneo dos personagens.

     Um exemplo para dar forma à disputa em questão é a peça publicitária desenvolvida pela empresa dirigida por Mônica de Sousa para a Vedacit.

A advogada do Alana questiona o teor da peça publicitária. "Por que um produto químico, um impermeabilizante de telhados, precisa dialogar com a criança? A publicidade se usa de um personagem que não gosta de água, cria novos personagens, os 'amiguinhos Vedacit' e se utiliza de uma linguagem infantil", diz Karageorgiadis. Segundo ela, mesmo sem ser do interesse da criança, ao ir a uma loja de construções com a família, ela será uma intermediária na compra do produto. "Para vender o Vedacit eu preciso mesmo de toda essa estratégia?".

     Do outro lado, Mônica diz que a propaganda não foi destinada às crianças e que a produção das histórias em quadrinhos era voltada ao público adulto. "É bom lembrar que nossos personagens têm 50 anos e portanto fazem parte do imaginário de diversas gerações de adultos", diz Mônica. "Esse é um bom exemplo de como a restrição total e irrestrita proposta na resolução pode afetar a própria existência dos personagens."

                                                                Paloma Rodrigues (Carta Capital, 22/12/2014) (Adaptado de:                                                                      cartacapital.com.br/sociedade/publicidade-infantil-2706.html)

No título, o elemento “pela" pode ser substituído, mantendo o sentido global da frase e considerando o conteúdo de todo o texto, por:

Alternativas
Comentários
  • Errei essa por equívoco. Marquei a alternativa "A", porém "a batalha pela publicidade infantil" não significa obrigatoriamente algo a favor. É simplesmente uma questão que levanta discussões. 


  • também errei essa.


  • a palavra pela tem o mesmo sentido que ao invés de, em razão de, ao lado de, em torno de, etc... É formada pela junção da preposição "per" + artigo "a" ou + pronome "la". Numa substituição entre todas as alternativas, a única que manteria a coerência gramatical é a letra B.

  • Fique em dúvidas entre a "B" e  a "C".Errei...

  • Título - A BATALHA PELA PUBLICIDADE INFANTIL

    a) a favor de

    Incorreta. O texto não mostra apenas o lado a favor da publicidade infantil e a preposição pela não pode ser substituída por a favor de.

    b) em torno de

    Correta. Notamos que o texto mostra a batalha entre os dois lados, ou seja, a favor e contra. Além disso, a preposição pela tem o mesmo sentido de através de, ao lado de, em torno de.

    c) em nome de

    Incorreta. Em nome de traz um sentido de a favor, e percebemos que o texto é neutro, pois se trata de um texto jornalístico. Além disso, pela não pode ser substituída por em nome de.

    d) na imposição de

    Incorreta. Na imposição de também traz um sentido que não está explícito no texto, ou seja, o da imposição. Além disso, pela não pode ser substituída por na imposição de.

    e) no impedimento de

    Incorreta. O texto não se posiciona e no impedimento de tem esse sentido de se posicionar contra a publicidade infantil. Além disso, pela não pode ser substituída por no impedimento de.

    Gabarito do professor: B
  • COMENTÁRIO DA PROFESSORA PARA QUEM NÃO TEM ACESSO

    Título - A BATALHA PELA PUBLICIDADE INFANTIL

    a) a favor de

    Incorreta. O texto não mostra apenas o lado a favor da publicidade infantil e a preposição pela não pode ser substituída por a favor de.

    b) em torno de

    Correta. Notamos que o texto mostra a batalha entre os dois lados, ou seja, a favor e contra. Além disso, a preposição pela tem o mesmo sentido de através de, ao lado de, em torno de.

    c) em nome de

    IncorretaEm nome de traz um sentido de a favor, e percebemos que o texto é neutro, pois se trata de um texto jornalístico. Além disso, pela não pode ser substituída por em nome de.

    d) na imposição de

    IncorretaNa imposição de também traz um sentido que não está explícito no texto, ou seja, o da imposição. Além disso, pela não pode ser substituída por na imposição de.

    e) no impedimento de

    Incorreta. O texto não se posiciona e no impedimento de tem esse sentido de se posicionar contra a publicidade infantil. Além disso, pela não pode ser substituída por no impedimento de.

    Gabarito do professor: B

  • em torno de, pois existe uma parte que é a favor e outra contra a propaganda infantil