VISITA DOMICILIAR
Trata-se de um instrumento que tem como principal objetivo
conhecer as condições e modos de vida da população usuária em sua realidade
cotidiana, ou seja, no local onde ela estabelece suas relações do dia a dia: em
seu domicílio. A visita domiciliar é um instrumento que, ao fi nal, aproxima a
instituição que está atendendo ao usuário de sua realidade, via Assistente
Social. Assim as instituições devem garantir as condições para que a visita
domiciliar seja realizada (transporte, por exemplo). Como os demais
instrumentos, a visita domiciliar não é exclusividade do Assistente Social: ela
só é realizada quando o objetivo da mesma é analisar as condições sociais de
vida e de existência de uma família ou de um usuário – pois é esse “olhar” que
determina a inserção do Serviço Social na divisão social do trabalho. Contudo,
a visita domiciliar sempre foi um dos principais instrumentos de controle das
classes populares que as instituições utilizavam. Uma vez que o usuário está
sendo atendido na instituição, ele está acionando um espaço público: quando a
instituição se propõe a ir até a casa do usuário, ela está adentrando no
terreno do privado. A residência é o espaço privado da família que lá vive. Ter
essa dimensão é fundamental para que o Assistente Social rompa com uma postura
autoritária, controladora e fi scalzadora10. Porém, é de suma importância que o
pro- fi ssional que realiza a visita tenha competência teórica para saber
identifi car que as condições de moradia não estão descoladas das condições de
vida de uma comunidade onde a casa se localiza, e que, por sua vez, não estão
separadas do contexto social e histórico. Assim, o profi ssional consegue
romper uma mera “constatação” da singularidade, mas situá-la no campo da
universalidade, ou seja, no contexto sócio-econômico vigente.