“Foi dessa forma que escolhi um lugar banal e uma história comum. Santena é uma pequena aldeia e Giovan Batista Chiesa é um tosco padre exorcista. Entretanto, é exatamente esta cotidianidade de uma situação vivida por um grupo de pessoas envolvidas em acontecimentos locais mas, ao mesmo tempo, interligadas a fatos políticos e econômicos que fogem a seu controle direto, a nos colocar problemas bem interessantes no que concerne às motivações e estratégias da ação política. O que espero tenha me permitido mostrar, onde aparentemente nada há, não é uma revolta aberta, nem uma crise definitiva, uma heresia profunda, ou uma inovação extraordinária, e sim a vida política, as reações sociais, as regras econômicas e as reações psicológicas de uma cidadezinha comum. São, enfim, as estratégias cotidianas de um fragmento do mundo camponês (...)”
(LEVI, G. A herança imaterial: trajetória de um exorcista no Piemonte do século XVII.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000. pp 46-47)
O trecho acima foi extraído do livro de Giovanni Levi. Tal obra está inserida num determinado contexto de produção do conhecimento histórico. Portanto, representa uma abordagem historiográfica específica, qual?