Analisando a questão:
Enquanto no contexto do Welfare State as políticas sociais eram postas como responsabilidade do Estado de Bem-Estar Social, na atualidade, são transferidas para a sociedade civil, alterando a essência e o significado das respostas às seqüelas da “questão social”.
As políticas sociais, universais e a partir da concepção de direito social, passam a ser acusadas de causarem a crise dos fundos públicos e constituírem-se em “mau-investimento” em atividades burocráticas, sem retorno. Este é o discurso colocado para legitimar a execução da proposta de reforma de Estado, proporcionando “o andar na contramão” das conquistas da Constituição de 1988.
Assim, como uma das soluções à crise capitalista, o neoliberalismo aponta o retorno ao mercado reduzindo ou quase que extinguindo a intervenção estatal em áreas e atividades voltadas para o social. O “mercado será a instância por excelência de regulação e legitimação social” (Montaño, 2001, p. 245).
Nesta perspectiva, as estratégias adotadas pelos governos neoliberais são a privatização, os cortes dos investimentos sociais (abordados pelo capital como gastos) e a descentralização para o nível local. O objetivo é a descaracterização e anulação da condição de direito das políticas sociais e assistenciais, ou seja, a desconstrução do caráter de universalidade e igualdade de acesso, com a “base de solidariedade e responsabilidade social e diferencial” (Montaño; 2001, p. 246).
Como resultado desse contexto neoliberal, Montaño (2001) afirma que houve uma alteração na orientação das políticas sociais que repercute no novo trato dado à “questão social”. Essas orientações conduzem a um processo de precarização e quase extinção das políticas sociais estatais, reduzindo significativamente a prestação de serviços sociais em quantidade, qualidade e variabilidade e deixando amplos segmentos da população precariamente atendidos ou literalmente “entregues à própria sorte”, ampliando o quadro de pobreza e miséria, bem como reforçando a desigualdade social no nosso país.
Gabarito: Certo.
Fonte: O Serviço Social no “setor” de ONGs. Disponível em http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/18272/18272_4.PDF