SóProvas


ID
1524823
Banca
NUCEPE
Órgão
PM-PI
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO

                             “Lugar de mulher ainda é na cozinha”


- 89% dos homens acham absurdo que a mulher não mantenha a casa em ordem;
- quase metade dos homens entende que sexo é coisa de homem: mulher não sente necessidade disso!
- 69% dos homens acham “inaceitável” que uma mulher saia de casa sem o marido;
- se ficarmos bêbadas, então, 85% dos homens nos reprovam. Não é o comportamento de uma dama. Onde já se viu?
- 1 de cada 2 homens vigia o que vestimos. Nada de sair por aí com roupas justas ou decotadas.
        1920? Opa, me confundi. É 2013 mesmo, de acordo com a pesquisa do Instituto Avon sobre violência doméstica.
        A pesquisa, feita a cada dois anos, traz dados alarmantes sobre a violência contra mulheres (um exemplo: a cada uma  hora e meia, uma mulher é morta no Brasil, em razão... de ser mulher!). Mas a questão aqui é sobre como ainda estamos  atrasados nos estereótipos de gênero, isto é, naquela velha história de que há “coisas de homem” e “coisas de mulher”.
        Pior ainda: as “coisas de mulher” parecem imutáveis na cabeça dos homens. Até hoje metade deles acredita que mulher não sente necessidade de sexo. Eles devem achar que não temos prazer com isso, afinal. Temos, sim, dependendo de  quão libertas somos e da qualidade dos nossos parceiros.
        Segundo as descobertas – e as perguntas foram feitas para homens! – nós não podemos ainda sair, beber, enfim, nos  divertir. Afinal, se sairmos, quem cuidará da casa? E o cuidado da casa, como todos bem sabem, cabe à mulher.
        Confesso que fiquei assustada com esta parte de gênero da pesquisa. Porque, sinceramente, ainda que os números de feminicídio e estupros maritais me desesperem, eu já os conheço. Não há um único dia em que se abra qualquer jornal e não se veja alguma notícia tenebrosa sobre violência contra a mulher. Porém, eu pensava que estávamos mais modernos no que se refere aos papéis de gênero; que já havíamos entendido que não há nada inerentemente masculino ou feminino; que pelo menos na teoria nós somos iguais, eu e você, homens e mulheres. E que, por nossa igualdade, nossos atos em espaço público e doméstico seriam julgados da mesma forma. Ou “não julgados”, melhor; ninguém tem a ver com a vida de outrem.
        Claro que não sou ingênua e sabia que alguns homens queriam que ainda estivéssemos em 1920. Eu só não  esperava que fossem tantos.
        Sugiro a esses homens que eles venham para 2013. Não é exatamente legal aqui, tem muita coisa horrível  acontecendo, mas no que se refere à igualdade dos gêneros, é um lugar bem melhor do que há cem anos. Ou, pelo menos, deveria ser.
                                            Nádia Lapa. Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/blogs/feminismo-
                                                          pra-que/lugar-de-mulher-ainda-e-na-cozinha-992.html. Acesso em 
                                                                                                                                   24/01/14. Adaptado.


“Porque, sinceramente, ainda que os números de feminicídio e estupros maritais me desesperem, eu já os conheço.”. Com o segmento sublinhado, a autora do Texto pretendeu expressar uma relação semântica de:

Alternativas
Comentários
  • Ainda que, apesar de, embora : concessiva. Quebra de expectativa. 

    Gab:c

  • Conjuncoes subordinativas concessivas: Mesmo que, ainda que, apesar de, embora, não obstante...

  • concessão e adversativas dão ideia de oposição e quebra de expectativa

  •  ainda que os números de feminicídio e estupros maritais me desesperem

    CONCESSIVAS: embora, ainda que, se bem que, mesmo que, posto que, apesar de que, por mais que, por menos que, não obstante, malgrado, conquanto.

    gab C

    DEUS abençoe a todos nessa caminha..

  •  Concessiva = Quebra de expectativa = Mesmo que, ainda que, apesar de, embora, não obstante (..)

  • GABARITO LETRA C

    Concessiva = Quebra de expectativa Mesmo que, ainda que, apesar de, embora, não obstante (..)

  • Causalidade

    A causalidade é aquela que representa o motivo, a causa, pela qual uma ação aconteceu. A principal conjunção utilizada é o ‘porque’, entretanto, no próprio texto pode não haver uma conjunção e aí será necessário compreender o sentido de causa e efeito por si só, conforme o contexto. Exemplo: "Porque/como/visto que estava doente, fui na farmácia".

    Consequência

    A consequência é o efeito que é declarado na oração principal. Geralmente, utiliza-se apenas a conjunção ‘que’ para exprimir essa relação, como em: "Estava com tanta sede que bebi muitos litros de água".

    Condição

    As relações condicionais são aquelas que expressam uma imposição para que algo aconteça. É necessário impor para que seja realizado ou não. A conjunção mais conhecida da condição é a partícula ‘se’, que já indica a probabilidade. Exemplo: "Se todo mundo concordar, libero a festa".

    Concessão

    Para o concurseiro não esquecer jamais o que indica concessão, tenha em mente a palavra contraste, porque é esse tipo de simbologia que essa relação lógica-discursiva oferece. É na concessão que acontece contradição, por exemplo, nesta frase: "Eu irei, mesmo que ela não vá".

    Comparação

    Para essa relação, utiliza-se muito a conjunção ‘como’, para estabelecer uma comparação entre os elementos e pelas ações que serão proferidas na oração principal. Olhe um exemplo: "Ele come como um leão". Mesmo que haja uma metáfora inserida, a comparação ainda existe metaforicamente, indicando o quanto a pessoa se alimenta bem, por exemplo.

    Conformidade

    A conformidade é aquela relação em que só poderá realizar um fato se seguir uma regra, uma norma, conforme como se pede. Pode-se utilizar “Segundo”, “De acordo”, “Conforme”. Exemplo: "Conforme foi dito, realizei a tarefa".

    Temporalidade

    É no tempo que conseguimos exprimir as noções de posterioridade e anterioridade, além de simultaneidade. É o fato que pode expressar essa causa de tempo, que geralmente está acompanhado pela expressão ‘quando’. Por exemplo: "Sempre que acontece isso, você fica assim" (expressa a condição do tempo, do que aconteceu).

    Finalidade

    A finalidade é aquilo que você responde: qual o objetivo da ação? A onde você quer chegar? Através da construção ‘a fim de que’, ‘para que’, você consegue exprimir essa relação lógica-discursiva, como acontece no período a seguir: "Fui viajar, para que pudesse esquecer de você".