Segundo Laurell (2002), pode-se observar a existência de duas correntes sobre o Estado na segunda metade dos anos 1980 e início dos anos 90: a concepção neoliberal que advoga o Estado mínimo e define o mercado como principal espaço regulador de ordem econômica e social, e a concepção que afirma a necessidade da presença de um Estado democrático e forte, perante as mudanças produzidas pelo próprio ajuste neoliberal e pelas enormes desigualdades das realidades latino-americanas. Entretanto, a solução da crise para a vertente neoliberal latinoamericana consiste em reforçar a presença do mercado, incentivar a competitividade entre os indivíduos e o capital, e para isto é necessário diminuir a intervenção do Estado na economia. Outra estratégia é a redução da ação estatal no campo do atendimento das manifestações da questão social, através dos cortes dos gastos sociais públicos, das privatizações, e da centralização dos gastos em programas sociais focalizados na pobreza e descentralizados. Para Laurell, Nota-se que a crítica neoliberal ao Estado de Bem-estar é centrada em oposição àqueles elementos da política social que implicam desmercantilização, solidariedade social e coletivismo. Essa crítica condena os direitos sociais, o universalismo, a dissociação entre benefícios e contribuição trabalhista, além da administração-produção pública de serviços; ou seja, os elementos que caracterizam principalmente, sobretudo o Estado de Bem-estar “social-democrata”.
http://www.ess.ufrj.br/sites/default/files/Isis%20Eccard.pdf