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ID
1557154
Banca
CETRO
Órgão
MDS
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Nos últimos doze anos, o Brasil venceu desafios que antes eram vistos como fatalidades com as quais estávamos condenados a conviver para sempre. Superamos a extrema pobreza e a fome. Por outro lado, tem sido utilizada a imagem de que a vida melhorou significativamente da porta de casa para dentro, enquanto do lado de fora, seja nas ruas ou nos campos, persiste grande precariedade dos serviços e bens públicos ofertados, acarretando enormes dificuldades ao dia a dia da população – principalmente das camadas mais pobres. Se o governo reeleito declara que o Brasil sem Miséria se encerra tendo cumprido sua missão, baseado na superação da extrema pobreza pelo critério da renda, não há dúvida sobre a necessidade de continuar avançando, abrindo um novo ciclo de enfrentamento da pobreza e da desigualdade.

      Nesse novo ciclo, os esforços devem se voltar prioritariamente para melhorar a qualidade de vida de grande parte da população. E isso não se faz com megaprojetos ou megaeventos, mas com um modelo de desenvolvimento que priorize a cidadania e o direito ao acesso a serviços públicos de qualidade e a cidades sustentáveis, com foco especial na inclusão daqueles que vivem em situação de pobreza.

      Não se trata de contrapor universalização e focalização. Trata-se de realizar ações afirmativas porque a universalização não se confirma na prática justamente pelas dificuldades de acesso daqueles que são socialmente mais vulneráveis. Apesar dos preconceitos que a prioridade sobre a correção de injustiças pode gerar – vide reações a cotas e ao Bolsa Família –, o reconhecimento de que os mais pobres são aqueles que, tradicionalmente, ficam por último faz que se imponha aqui o preceito da equidade, uma vez que atender igualmente os desiguais poderia resultar na manutenção de desigualdades, pondo em xeque o objetivo maior da universalização de direitos.

      Mesmo com os avanços na última década, o déficit ainda é de grande monta, e a população mais pobre continua a sofrer duramente o alijamento ou o reduzido acesso a serviços essenciais e, quando deles dispõe, na maior parte das vezes a qualidade oferecida é extremamente deficiente. Por exemplo, um trabalhador que more na Baixada Fluminense e trabalhe no centro do Rio de Janeiro pode ter sua jornada para o trabalho acrescida de seis horas, pela precariedade dos transportes. A crise hídrica do estado de São Paulo, por sua vez, está castigando mais severamente os bairros pobres da capital. E os  homicídios em todo o país vitimam majoritariamente jovens negros e pobres.

                                   SIMPSON, M.D. e MENEZES, F. Serviços públicos para redução da pobreza e da desigualdade.

                                                             In: Le Monde Diplomatique Brasil, Edição 90, janeiro de 2015. Disponível em:

                                                            <http;//www.diplomatique.org.br/antigo.php?id=1484>. Acesso em 02/06/2015. 

Considerando a leitura do primeiro parágrafo do texto, bem como as orientações da prescrição gramatical no que se refere a textos escritos na modalidade padrão da Língua Portuguesa, assinale a alternativa correta.

Alternativas
Comentários
  • O verbo "implicar" quando significa acarretar (ter como consequência) exige elemento sem preposição.

    Ex: A atitude do aluno implicou punição.

    (Fabrício Dutra) 

  • baseado na superação da extrema pobreza pelo critério da renda - Sim poderia, mas e os ajustes necessarios ???? 

    Acho que essa questão deveria ser anulada pela redação.

  • É de difícil compreensão a letra "e". 

  • Que banca horrível! Textos longos, muita reescritura e redação horrível das questões.

  • questão pra demorar 10 minutos resolvendo.

  • erro da B - O verbo “implicar”, quando empregado com o sentido de “acarretar”, “ocasionar”, “trazer consequências”, é, de acordo com a norma culta da língua, transitivo direto. Por ser transitivo direto, seu complemento não deve ser introduzido por uma preposição.

  • Não consigo entender porque a letra E é a correta. Alguém pode me explicar?

  • Se o governo reeleito,baseado na superação da extrema pobreza pelo critério da renda, declara que o Brasil sem Miséria se encerra tendo cumprido sua missão, não há duvida sobre a necessidade de continuar avançando,... As alterações feitas não prejudicaram a correção e o sentido do texto e portanto E está correta

  • Bem, concordo com a E, mas senti falta de um complemento, como "entre vígulas", por exemplo.

    A menos que intercalar um trecho já pressuponha a utilização de vírgulas.

    No último período, o trecho “baseado na superação da extrema pobreza pelo critério da renda” pode ser intercalado, entre vírgulas, logo após o termo “governo reeleito”, sem prejuízo para o sentido do fragmento.

  • letra B acho que fica assim : implicando em enormes dificuldades no dia a dia da população

    pq não pode ser letra D ? Se e caso são conjunções condicionais. Foi a minha resposta.

    Na letra E eu acho que viola as regras de pontuação . Podemos até deslocar, mas não é recomendável porque a vírgula vai separar o sujeito do verbo. 

  • A letra E corresponde a uma oração subodina adjetiva explicativa. Usa-se a virgula para separar está oração, por isso não importa em que lugar ele esteja na frase. A ficaria assim: Se o governo reeleito, baseado na superação da extrema pobreza pelo critério da renda, declara que o Brasil sem Miséria se encerra tendo cumprido sua missão, não há dúvida sobre a necessidade de continuar avançando, abrindo um novo ciclo de enfrentamento da pobreza e da desigualdade.

     

    Na letra D o Se está como uma afirmação e não como condição, então se você colocar o caso, ele vira uma condição mudando o sentindo da frase. Caso o governo reeleito declarasse que o Brasil sem Miséria se encerra tendo cumprido sua missão, baseado na superação da extrema pobreza pelo critério da renda, não há dúvida sobre a necessidade de continuar avançando, abrindo um novo ciclo de enfrentamento da pobreza e da desigualdade.