Através do tempo, o indivíduo pode desempenhar ambos os papéis do drama normal-desviante. Mas deve-se ver que mesmo encaixado num rápido momento social, o indivíduo pode fazer ambas as exibições, mostrando não só uma capacidade geral para desempenhar ambos os papéis, mas também o aprendizado e domínio necessários para executar de modo corrente o comportamento de papel que lhe é exigido. Isso é facilitado, é claro, pelo fato de que os papéis de estigmatizado e normal não são simplesmente complementares, mas exibem ainda paralelos e semelhanças surpreendentes.
Fonte: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/92113/mod_resource/content/1/Goffman%3B%20Estigma.pdf
gabarito: letra B
Cumpre ressaltar que o estigma na perspectiva do autor é relacional, não é um atributo do indivíduo, mas sim produto de uma relação social, da interação entre indivíduos. Ou seja, o estigma não é referente a uma determinada característica ou a uma pessoa, mas é uma linguagem de relações, de perspectivas que são geradas nas contingências da vida social (GOFFMAN, 2008).
Logo, um indivíduo que é considerado normal em uma dada circunstância pode, de fato, ocultar algum marcador que lhe remeteria à condição de estigmatizado. Sendo assim, os papéis de normal e estigmatizado são intercambiantes dependendo do contexto, pois ao longo da vida os indivíduos acabam desempenhando ambos.
FONTE: (https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/intratextos/article/view/2101)