Alternativas
Há evidências de que a economia brasileira passa por um processo de transformação estrutural, em direção a um juro neutro mais baixo. Na verdade, a maior dificuldade para se projetar a trajetória de juros no Brasil é o desempenho da economia do resto do mundo.
Caso haja, de fato, um segundo mergulho ressessivo nos Estados Unidos, como previnham importantes analistas, os efeitos deflacionários seriam consideráveis e iriam além das fronteiras americanas.
Se isso ocorrer, é provável que contribua para reduzir a taxa de juros do Brasil no curto e médio prazo. Não há absolutamente nada de trivial no atual momento da política monetária.
É importante ter em mente, por outro lado, que a dificuldade, neste caso, não deve ser tomada de forma dramática. A economia brasileira passa por uma excelente fase cíclica, em que o crescimento não é acompanhado por nenhuma grande ameaça de explosão inflacionária ou de crise nas contas externas no horizonte visível.
Na verdade, o cenário externo é mais preocupante do que o interno. Em uma situação desse tipo, os erros e os acertos devem ser encarados mais como uma “sintonia fina” de um momento amplamente favorável do que como decisões que podem “salvar o país”.