Se uma das tarefas da filosofia é derrubar a dominação da palavra sobre o espírito humano, ao desnudar os equívocos que, através do uso da linguagem com frequência e quase que inevitavelmente surgem com respeito às relações entre os conceitos, o liberar o pensamento daquilo que apenas por meio das expressões da linguagem ordinária, constituídas como são, sobrecarregam-na, então, minha ideografia, desenvolvida adiante, para esses propósitos, pode tornar-se um instrumento útil para o filósofo. Certamente, ela não conseguiria reproduzir ideias numa forma pura, e isso provavelmente não pode deixar de ser assim, pois as ideias são representadas por meios concretos, mas, por um lado, podemos restringir as discrepâncias àquelas que são inevitáveis e inofensivas e, por outro, o fato de elas serem de um tipo completamente diferente daquelas peculiares à linguagem ordinária já dá proteção contra a influência específica que os meios particulares de expressão possam exercer. (FREGE. In: REZENDE, 2005, p. 245).
Com base na análise do texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Frege, pode‑se afirmar:
Na Ideografia, Frege defende a construção de uma linguagem formal, para eliminar as ambiguidades da
linguagem natural.