SóProvas


ID
1584031
Banca
VUNESP
Órgão
MPE-SP
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                 O bom debate

      Devemos travar debates em termos racionais ou é desejável que a carga moral paute a discussão? A pergunta, como o leitor já deve ter intuído, é traiçoeira.

      Longe de mim sugerir que a razão é dispensável. Se há uma característica que possibilita que vivamos em sociedades de dezenas de milhões de pessoas com os mais variados backgrounds* culturais e diferentes prioridades, é justamente a capacidade de desenvolver tecnologias e estabelecer regras básicas cuja pertinência lógica está ao alcance de todos.

      No que diz respeito a debates propriamente ditos, a razão é que nos ajuda a buscar evidências que apoiem nossa tese (ou falseiem a de nossos adversários) e a discriminar entre argumentos válidos e falaciosos, possibilitando-nos chegar a conclusões sólidas.

      O problema é que, embora a razão faça tudo isso, ela é péssima motivadora. Nosso modo analítico, que opera com algoritmos, cálculo probabilístico e lógica formal, é um sistema abstrato, lento e que exige reflexão antes de traduzir-se em ações.

      Felizmente, não dependemos só dele. Contamos também com um módulo experiencial. Moldado por milhões de anos de seleção natural, ele é intuitivo, baseia-se em emoções e é extremamente rápido. Não precisamos pensar antes de recusar comida estragada ou fugir de cães bravios. A dificuldade aqui é que, como as emoções estão no comando, tudo pode adquirir dimensão moral.

       Um bom exemplo é o do cigarro. Mais ou menos desde os anos 60, todo fumante sabia que o hábito faz mal à saúde. Esse conhecimento racional, porém, não era o bastante para fazer a maioria abandonar o cigarro. A partir dos anos 90, à medida que o ato de fumar foi ganhando contornos de falha moral, os índices de ex-tabagistas cresceram e menos jovens se iniciaram nas libações fumígenas. O perigo aqui é que abrimos espaço para discriminações e estridências que são elas mesmas moralmente injustificáveis.


                                                       (Hélio Schwartsman. www.folha.uol.com.br, 04.04.2015. Adaptado)


*background: a totalidade dos elementos (antecedentes familiares, classe social, educação, experiência etc.) que contribuíram para a formação de um indivíduo, moldaram sua personalidade e influenciam seus rumos (Houaiss).

Assinale a alternativa em que o trecho do texto está reescrito corretamente, no que se refere ao emprego dos sinais de pontuação.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito A). Estou numa fase em que pontuação só me faz sofrer, acertei, mas deixarei os comentários para alguém com mais domínio no assunto. É isso. Suedilson.

  • a) A razão é que nos ajuda a buscar evidências que apoiem nossa tese – ou falseiem a de nossos adversários – e a discriminar entre argumentos válidos e falaciosos, para que possamos chegar a conclusões sólidas.

    - ou falseiem a de nossos adversários - : o travessão pode substituir vírgula ou parênteses. Trata-se de oração coordenada alternativa.

    , para que possamos chegar...: a vírgula antes de "para que" justifica-se por ser uma oração subordinada adverbial final. Ex.: para que, a fim de que,  etc.

    Espero ter ajudado!

    Bons estudos!

  • Na letra A, não esta faltando uma vírgula após o ultimo travessão? duvida !

  • O travessao substitui a virgula

  • Galera  vejamos a alternativa E ,  " ele é intuitivo, baseado em emoções, e extremamente rápido. " Ao meu ver a vírgula antes da conjunção aditiva "e" esta super errada, pois em regra quando se trata de conjunção aditiva a vírgula antes desta conjunção não é empregada, uma vez que não requer a pontuação de pausa, ao contrário do que ocorre com as conjunções adversativas ( de oposição),observem: " trabalho e estudo" - adição sem vírgula- , agora vejam : " trabalha, mas não progride" ( oposição com vírgula).

    Exceção a regra *  Há situações, entretanto, em que é possível usar a vírgula antes do “e”. Isso ocorre quando a conjunção aditiva coordena orações de sujeitos diferentes nas quais a leitura fluente pode ser prejudicada pela ausência da pontuação. É isso o que justifica a pontuação no seguinte tipo de construção sintática: “João toca piano, e Maria, violão”. A segunda vírgula dessa frase assinala a elipse da forma verbal (“toca”), a primeira evita a sequência.

    Ok galera ? também estou aprendendo e aprendendo, espero  ter ajudado !! Feliz 2016, fé ,  foco e disciplina,  juntos chegaremos  à aprovação.

  • a)correta. O travessão substitui a vírgula. 

     

    b) A dificuldade,aqui, é que tudo pode adquirir dimensão moral

    Não se usa vírgula  Para separar sujeito do predicado

     

    c)todo fumante sabia que o hábio faz mal á saúde

    não há vírgula entre a oração subordinada substantiva e a principal.

     

    d) Não se separa  sujeito;verbo

    Embora a razão faça tudo isso.

     

    e)Usa-se a vírgula para separar orações reduzidas de particípio e de gerúndio.   com um módulo experencial, moldado...