Jean-Jacques Rousseau publicou em 1755 o Discurso sobre a
origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. Em
dedicatória aos governantes de Genebra, afirma:
Eu quisera nascer num país em que o soberano e o povo só
pudessem ter um único e mesmo interesse, a fim de que todos
os movimentos da máquina tendessem sempre unicamente à
felicidade comum; como isso só poderia ser feito se o povo e o
soberano fossem a mesma pessoa, resulta que eu quisera nascer
sob um governo democrático, sabiamente moderado.
Eu quisera viver e morrer livre, isto é, de tal modo submetido
às leis que nem eu nem ninguém pudesse sacudir o honroso jugo,
esse jugo salutar e doce, que as cabeças mais altivas carregam
tanto mais docilmente quanto são feitas para não carregar
nenhum outro.
Eu quisera, pois, que ninguém, no Estado, pudesse dizer-se
acima da lei, e que ninguém, fora dele, pudesse impor alguma
que o Estado fosse obrigado a reconhecer; de fato, qualquer que
possa ser a constituição de um governo, se neste se encontra um
só homem que não esteja submetido à lei, todos os outros ficam
necessariamente à discrição deste último (...)
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Com base no trecho, pode-se afirmar que