Dejours (1997) salienta que as estratégias coletivas de defesa funcionam inteiramente desvinculadas de qualquer perspectiva libertadora e respondem unicamente à necessidade de suportar a penosidade do trabalho, como também os medos e a ansiedade. Essas estratégias podem operar de dois modos: inversão e eufemização.
A primeira consiste em desafiar o perigo em vez de sentir-se ameaçado por ele. A eufemização percebe-se por meio da diminuição ou da ridicularização do perigo presente no ambiente de trabalho. Esse tipo de postura funciona como um sistema de seleção pela exclusão de quem não participa. Entretanto, a todos os outros que participam, cria uma coesão e clima de cumplicidade protetora. Desse modo, as estratégias defensivas sinalizam a maneira pela qual se desenvolvem condutas, individuais ou coletivas, de resistência e, ao mesmo tempo, de alienação ao sofrimento no trabalho.
Fonte: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-66572014000200004