SóProvas


ID
159424
Banca
FCC
Órgão
TRE-SP
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

É melhor ser alegre que ser triste, já dizia Vinicius de
Moraes. Sem dúvida. O poeta ia mais longe, entoando em rima
e em prosa que tristeza não tem fim. Já a felicidade, sim. Até
hoje, muita gente chora ao ouvir esses versos porque eles
tocam num ponto nevrálgico da vida humana: os sentimentos. E
quando tais sentimentos provocam algum tipo de dor, fica difícil
esquecer - e ainda mais suportar. A tristeza, uma das piores
sensações da nossa existência, funciona mais ou menos assim:
parece bonita apenas nas músicas. Na vida real, ninguém gosta
dela, ninguém a quer.
Tristeza é um sentimento que responde a estímulos
internos, como recordações, memórias, vivências; ou externos,
como a perda de um emprego ou de um amor. Não se trata de
uma emoção, que é uma resposta imediata a um estímulo. No
caso da tristeza, nosso organismo elabora e amadurece a
emoção, antes de manifestá-la. É uma resposta natural a
situações de perda ou de frustrações, em que são liberados
hormônios cerebrais responsáveis por angústia, melancolia ou
coração apertado.
"A tristeza é uma resposta que faz parte de nossa forma
de ser e de estar no mundo. Passamos o dia flutuando entre
pólos de alegria e infelicidade", afirma o médico psiquiatra
Ricardo Moreno. Se passamos o dia entre esses pólos de
flutuação, é bom não levar tão a sério os comerciais de
margarina em que a família é linda, perfeita, alegre e até os
cachorros parecem sorrir o tempo inteiro. Vivemos uma época
em que a felicidade constante é praticamente um dever de
todos. É fato: ser feliz o tempo todo está virando uma obrigação
a ponto de causar angústia.
Especialistas, no entanto, afirmam que estar infeliz é
mais do que natural, é necessário à condição humana. A
tristeza é um dos raros momentos que nos permite reflexão,
uma volta para nós mesmos, uma possibilidade de nos conhecermos
melhor. De saber o que queremos, do que gostamos. E
somente com essa clareza de dados é que podemos buscar
atividades que nos dão prazer, isto é, que nos fazem felizes.
Assim como a dor e o medo, a tristeza nos ajuda a sobreviver.
Sim, porque se não sentíssemos medo, poderíamos nos atirar
de um penhasco. E se não tivéssemos dor, como o organismo
poderia nos avisar de que algo não vai bem?

(Adaptado de Mariana Sgarioni, Emoção & Inteligência, Superinteressante,
p. 18-20)

Se passamos o dia entre esses pólos de flutuação ... (3º parágrafo)

A frase em que se emprega uma palavra acentuada pela mesma norma que justifica o acento gráfico no vocábulo grifado acima é:

Alternativas
Comentários
  • LETRA B

     ACENTO DIFERENCIAL= DIFERENCIA A INTENSIDADE DE ALGUNS VOCÁBULOS COM RELAÇÃO A SEUS HOMÓGRAFOS ÁTONOS

    PÁRA(VERBO)/ PARA(PREPOSIÇÃO)
    PÓLO(SUBSTANTIVO)/PÔLO(FILHOTE DE GAVIÃO)/POLO(CONTRAÇÃO DA PREPOSIÇÃO POR + O)

    ATENÇÃO: ESSE ÚLTIMO EXEMPLO SEGUNDO A NOVA REGRA ORTOGRÁFICA, DEIXA DE EXISTIR ACENTUAÇÃO DIFERENCIAL, FICANDO PARA TODOS OS SIGNIFICADOS A GRAFIA: POLO.
  • Questão desatualizada 

    Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/
    pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.




    Como era                                                    Como fica

    Ele pára o carro.                                        Ele para o carro.
                                      
    Ele foi ao pólo Norte                                Ele foi ao polo Norte
                                                                   
    Ele gosta de jogar pólo                              Ele gosta de jogar polo

    Esse gato tem  pêlos brancos                Esse gato tem pelos brancos

    Comi uma pêra.                                            Comi uma pera


  • Únicos acentos que continuaram : (diferencial)

    Pôr

    Pôde

    fôrma (facultativo)

    Têm e vêm e seus derivados

  • Até 2012 ainda pode se usar a forma antiga, por tanto cuidado!

  •  Oi gente, desculpe, mas será que tem como explicar melhor essa questão?

  • Esta questão está desatualizada, pois de acordo com com o acordo ortográfico não se acentuam mais as palavras homógrafas que antes eram acentuadas para diferenciar de outras (com algumas exceções).


    No caso desta questão, as palavras PARA preposição) e PÁRA (verbo) e PÓLO (substântivo) e POLO (união antiga de por e lo) perdem o acento. 

  • Como muitos falaram, a questão não encontra-se desatualizada, visto que o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entrou em vigor em janeiro de 2009, entretanto só a partir de 1º de janeiro de 2013 a grafia correta da língua portuguesa será a prevista no Novo Acordo. Nesse interstício podem ser usadas as duas formas de grafia.

    Na questão, trata-se do acento diferencial pela intensidade.

    Exs.:
    1- pára (verbo) - para (preposição);
    2- pêra (fruta) - pera (preposição);
    3- pôr (verbo) - por (preposição);
    4- pôlo (substantivo) - pólo (substantivo) - polo (preposição);
    5- pêlo (substantivo) - pélo (verbo) - pelo (preposição);
    6- côa (verbo) - coa (preposição de "com"+"a").

    Espero ter ajudado. Bons estudos. 
  • NÃO CONSEGUI ACHAR NENHUM ACORDO ORTOGRÁFICO DE 1990. MEUS DICIONÁRIOS CONTINUAM ACENTUANDO PÓLO E SUAS EDIÇÕES SÃO DE 1999 EM DIANTE. OS DICIONÁRIOS ON LINE TB CONTINUAM ACENTUANDO PÓLO.
    PORTANTO, ACHO QUE ESTÃO CORRETOS OS COLÉGAS QUE DISSERAM QUE A QUESTÃO NÃO ESTÁ DESATUALIZADA PORQUE O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO SOMENTE SERÁ OBRIGATÓRIO EM 2013.

  • AGORA É EM 2016, SE PORTUGAL REGULAMENTAR O ACORDO, CASO CONTRÁRIO.... 

  • GABARITO B



    Questão desatualizada mesmo. Segundo a nova ortografia PÓLO perdeu o acento = POLO.


    OBS (a título de curiosidade):


    Antes:



    Polo = preposição

    Pólo = Substantivo

    Pôlo (gavião filhote) = substantivo

  • Segundo o novo acordo ortográfico palavras como PÁRA e PÓLO (verbos) não recebem mais acento.

    Questão desatualizada.