Em 1963, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman foi censurado
e afastado da Universidade de Varsóvia por causa de suas
ideias, tidas como subversivas no comunismo. Hoje, aos 88
anos, é considerado um dos pensadores mais eminentes do
declínio da civilização. Nesta entrevista, ele fala sobre como a
vida mudou nos últimos 20 anos.
ÉPOCA– De acordo com sua análise, as pessoas vivem um
senso de desorientação. Perdemos a fé em nós mesmos?
Zygmunt Bauman– Durante toda a era moderna, nossos ancestrais
viveram voltados para o futuro. Eles avaliavam a virtude
de suas realizações pelo modelo da sociedade que queriam
estabelecer. A visão do futuro guiava o presente. Nossos
contemporâneos vivem sem esse futuro. Estamos mais descuidados,
ignorantes e negligentes quanto ao que virá.
ÉPOCA – Os jovens podem mudar e salvar o mundo? Ou nem
os jovens podem fazer algo para alterar a história?
Bauman – Sou tudo, menos desesperançoso. Confio que os
jovens possam consertar o estrago que os mais velhos fizeram.
Mas, para isso, precisam recuperar a consciência da responsabilidade
compartilhada para o futuro do planeta e seus
habitantes. Também precisam trocar o mundo virtual pelo real.
(Adaptado de: GIRON, Luís Antônio. In: Época. São Paulo,
Globo, 19.02.2014)
Bauman – Sou tudo, menos desesperançoso.Confio que
os jovens possam consertar o estrago que os mais velhos
fizeram.
Essa passagem está adaptada a um artigo científico,
escrito na terceira pessoa, em linguagem correta, culta e
formal, em: