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ID
161038
Banca
FCC
Órgão
TRF - 1ª REGIÃO
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Janelas de ontem e de hoje

Os velhinhos de ontem costumavam, sobretudo nos fins
de tarde, abrir as janelas das casas e ficar ali, às vezes com os
cotovelos apoiados em almofadas, esperando que algo
acontecesse: a aproximação de um conhecido, uma correria de
crianças, um cumprimento, uma conversa, o pôr do sol, a
aparição da lua.
Eles se espantariam com as crianças e os jovens de hoje,
fechados nos quartos, que ligam o computador, abrem as
janelas da Internet e navegam por horas por um mundo de
imagens, palavras e formas quase infinitas.
O homem continua sendo um bicho muito curioso. O
mundo segue intrigando-o.
O que ninguém sabe é se o mundo está cada vez maior
ou menor. O que eu imagino é que, de suas janelas, os
velhinhos viam muito pouca coisa, mas pensavam muito sobre
cada uma delas. Tinham tempo para recolher as informações
mínimas da vida e matutar sobre elas. Já quem fica nas janelas
da Internet vê coisas demais, e passa de uma para outra quase
sem se inteirar plenamente do que está vendo. Mudou o tempo
interior do homem, mudou seu jeito de olhar. Mudaram as
janelas para o mundo - e nós seguimos olhando, olhando,
olhando sem parar, sempre com aquela sensação de que
somos parte desse espetáculo que não podemos parar de olhar,
seja o cachorro de verdade que se coça na esquina da padaria,
seja o passeio virtual por Marte, na tela colorida.

(Cristiano Calógeras)

As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase:

Alternativas
Comentários
  • a) O olhar fica
    b) Pouco coisa é capaz...
    c) Ninguém fica sem maturar...
    d) Não importa o que seja, qualquer imagem é capaz...
    e) correta/ Mundo oferece/ riquezas parecem...
  • a) O olhar dos velhinhos que ficam horas nas janelas sempre EXPRESSOU seu interesse pelo mundo.

    b) Pouca coisa, em meio a tantas novidades da vida moderna, É CAPAZ de deixar perplexas as crianças de hoje.

    c) Ninguém fica tanto tempo nas janelas das casas sem MATUTAR sobre o sentido do que vêem.

    d) Não importa o que SEJA, se um cachorro ou o planeta Marte, qualquer imagem É CAPAZ de atrair as atenções do nosso olhar.

    e) CORRETA

  • Item A. INCORRETO. O olhar dos velhinhos que ficam horas nas janelas sempre expressaram seu interesse pelo mundo.

              “O olhar... sempre EXPRESSOU...”.
              “... dos velhinhos que ficam horas nas janelas...”

    Item B. INCORRETO. Pouca coisa, em meio a tantas novidades da vida moderna, são capazes de deixar perplexas as crianças de hoje.

              Pouca coisa,..., É CAPAZ...”

    Item C. INCORRETO. Ninguém fica tanto tempo nas janelas das casas sem matutarem sobre o sentido do que vêem.
             
              Ninguém  fica tanto tempo... sem MATUTAR
              “...sobre o sentido do que (ninguém) (nas janelas das casas)”.

    Item D. INCORRETO. Não importa o que sejam, se um cachorro ou o planeta Marte, qualquer imagem são capazes de atrair as atenções do nosso olhar.

              Não importa o que SEJA, se um cachorro ou o planeta Marte,...”

              Quando o sujeito composto estiver ligado por OU, faz-se a concordância em função da ideia transmitida pelo OU. Com valor de exclusão,           verbo no singular. Com valor de inclusão. Na oração dada o valor é de exclusão, portanto verbo fica no singular.

              “... qualquer imagem É CAPAZ de atrair as atenções do nosso olhar.”

    Item E. CORRETO. Suspeitamos sempre que as riquezas que nos oferece o mundo parecem exceder o limite da nossa compreensão.
    “... que as riquezas que nos oferece o mundo”.

    Colocando na ordem direta: “... que as riquezas que o mundo nos oferece
    “Suspeitamos sempre que as riquezas... parecem exceder o limite da nossa compreensão”

    Letra E