SóProvas


ID
161065
Banca
FCC
Órgão
TRF - 1ª REGIÃO
Ano
2006
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Janelas de ontem e de hoje

Os velhinhos de ontem costumavam, sobretudo nos fins
de tarde, abrir as janelas das casas e ficar ali, às vezes com os
cotovelos apoiados em almofadas, esperando que algo
acontecesse: a aproximação de um conhecido, uma correria de
crianças, um cumprimento, uma conversa, o pôr do sol, a
aparição da lua.
Eles se espantariam com as crianças e os jovens de hoje,
fechados nos quartos, que ligam o computador, abrem as
janelas da Internet e navegam por horas por um mundo de
imagens, palavras e formas quase infinitas.
O homem continua sendo um bicho muito curioso. O
mundo segue intrigando-o.
O que ninguém sabe é se o mundo está cada vez maior
ou menor. O que eu imagino é que, de suas janelas, os
velhinhos viam muito pouca coisa, mas pensavam muito sobre
cada uma delas. Tinham tempo para recolher as informações
mínimas da vida e matutar sobre elas. Já quem fica nas janelas
da Internet vê coisas demais, e passa de uma para outra quase
sem se inteirar plenamente do que está vendo. Mudou o tempo
interior do homem, mudou seu jeito de olhar. Mudaram as
janelas para o mundo - e nós seguimos olhando, olhando,
olhando sem parar, sempre com aquela sensação de que
somos parte desse espetáculo que não podemos parar de olhar,
seja o cachorro de verdade que se coça na esquina da padaria,
seja o passeio virtual por Marte, na tela colorida.

(Cristiano Calógeras)

Está correto o emprego da expressão sublinhada na frase:

Alternativas
Comentários
  • a) Errada - "de onde" indica lugar
    b) Errada - "o por que", deve ser junto e com acento (o porquê)
    c) Errada - "aonde" indica movimento, nessa situação usa-se "onde"
    d) Errada - após "cujo(a)" não se usa artigo
    e) Correta
  • a) Vovó é do tempo donde as pessoas ficavam....(donde é usado para dar a ideia de origem)b) Os meninos de hoje não entendam o por quê...(porque aqui é substantivo, por derivação impropria.)c) Eram simpáticas aquelas casinha onde...(aonde só se usa quando passar ideia de movimento)d) Praticamente não mais se constroem casas cujas janelas... (nunca artigo ao lado de cujo)
  • Alguém sabe qual verbo pede a preposição "em"?

    Não sei se está certo, mas na letra E o emprego do pronome cujo está correto porque dá a idéia de posse entre janelas e casas (janelas das casas). E o  Em? 
  • Caro Fabrício, na minha humilde opinião a regência EM está para FIQUEM.

    Fiquem em janelas observando.
  • Resposta: E
    O pronome relativo “cujas”, equivalente ao possessivo “suas” relaciona o
    substantivo “janelas” com “casas”; a preposição “em” é uma exigência do adjunto adverbial de lugar “em cujas janelas” (= em suas janelas). Observemos:
    oração principal São raras as casas;

    oração adjetiva restritiva em cujas janelas as pessoas fiquem observando a vida das ruas (= as pessoas fiquem observando a vida das ruas em suas janelas).

    a) Errado – somente se usa “onde” em referência a lugar. No caso desta alternativa deveria usar-se “em que” ou no “qual”, visto que o pronome relativo não se refere a lugar. Observemos as orações:
    principal Vovó é do tempo;
    subordinada adjetiva restritiva em
    que (ou no qual) as pessoas ficavam demoradamente nas janelas das casas


    b) Errado Usa-se “porquê” – substantivo”, com o significado de “motivo” quando estiver precedido de artigo ou de outro determinante.
    Correção: Os meninos de hoje talvez não entendam
    o porquê de os velhinhos ficarem à janela.


    c) Errado Uma vez que há indicação de valor semântico de posse, deve usar-se o pronome relativo “cujas”, equivalente a “suas”. Vejamos:
    oração principal Eram simpáticas aquelas
    casinhas;
    oração subordinada adjetiva restritiva cujas (cujas = suas) janelas davam diretamente
    para a calçada


    d) Errado Jamais se usa artigo depois do pronome relativo “cujo” e flexões.
    Correção:
    Praticamente não mais se constroem casas cujas janelas se abram sobre a calçada.

    http://www.portuguesdobrasil.net/pdf/fcc_tecnico_judiciario.pdf

  • Vamos em frente!