Como sabemos, o efeito de um livro sobre nós,
mesmo no que se refere à simples informação, depende de
muita coisa além do valor que ele possa ter. Depende do
momento da vida em que o lemos, do grau do nosso
conhecimento, da finalidade que temos pela frente. Para
quem pouco leu e pouco sabe, um compêndio de ginásio
pode ser a fonte reveladora. Para quem sabe muito, um
livro importante não passa de chuva no molhado. Além
disso, há as afinidades profundas, que nos fazem afinar com
certo autor (e portanto aproveitá-lo ao máximo) e não com
outro, independente da valia de ambos.
Antonio Candido, “Dez livros para entender o Brasil".
Teoria e debate. Ed. 45, 01/07/2000.
Traduz uma ideia presente no texto a seguinte afirmação: