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ID
16195
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
TRE-AL
Ano
2004
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I - itens de 1 a 20
Apostando na leitura
1 Se a chamada leitura do mundo se aprende por aí, na tal escola da vida, a leitura de livros carece de aprendizado mais
regular, que geralmente acontece na escola. Mas leitura, quer do mundo, quer de livros, só se aprende e se vivencia, de forma
plena, coletivamente, em troca contínua de experiências com os outros. É nesse intercâmbio de leituras que se refinam, se
4 reajustam e se redimensionam hipóteses de significado, ampliando constantemente a nossa compreensão dos outros, do mundo
e de nós mesmos. Da proibição de certos livros (cuja posse poderia ser punida com a fogueira) ao prestígio da Bíblia, sobre a qual
juram as testemunhas em júris de filmes norte-americanos, o livro, símbolo da leitura, ocupa lugar importante em nossa sociedade.
7 Foi o texto escrito, mais que o desenho, a oralidade ou o gesto, que o mundo ocidental elegeu como linguagem que cimenta a
cidadania, a sensibilidade, o imaginário. É ao texto escrito que se confiam as produções de ponta da ciência e da filosofia; é ele
que regula os direitos de um cidadão para com os outros, de todos para com o Estado e vice-versa. Pois a cidadania plena, em
10 sociedades como a nossa, só é possível - se e quando ela é possível - para leitores. Por isso, a escola é direito de todos e dever
do Estado: uma escola competente, como precisam ser os leitores que ela precisa formar. Daí, talvez, o susto com que se observa
qualquer declínio na prática de leitura, principalmente dos jovens, observação imediatamente transformada em diagnóstico de
13 uma crise da leitura, geralmente encarada como anúncio do apocalipse, da derrocada da cultura e da civilização. Que os jovens
não gostem de ler, que lêem mal ou lêem pouco é um refrão antigo, que de salas de professores e congressos de educação ressoa
pelo país afora. Em tempo de vestibular, o susto é transportado para a imprensa e, ao começo de cada ano letivo, a terapêutica
16 parece chegar à escola, na oferta de coleções de livros infantis, juvenis e paradidáticos, que apregoam vender, com a história que
contam, o gosto pela leitura. Talvez, assim, pacifique corações saber que desde sempre - isto é, desde que se inventaram livros
e alunos - se reclama da leitura dos jovens, do declínio do bom gosto, da bancarrota das belas letras! Basta dizer que Quintiliano,
19 mestre-escola romano, acrescentou a seu livro uma pequena antologia de textos literários, para garantir um mínimo de leitura aos
estudantes de retórica. No século I da era cristã! Estamos, portanto, em boa companhia. E temos, de troco, uma boa sugestão: se
cada leitor preocupado com a leitura do próximo, sobretudo leitores-professores, montar sua própria biblioteca e sua antologia
22 e contagiar por elas outros leitores, sobretudo leitores-alunos, por certo a prática de leitura na comunidade representada por tal
círculo de pessoas terá um sentido mais vivo. E a vida será melhor, iluminada pela leitura solidária de histórias, de contos, de
poemas, de romances, de crônicas e do que mais falar a nossos corações de leitores que, em tarefa de amor e paciência, apostam
25 no aprendizado social da leitura.

Marisa Lajolo. Folha de S. Paulo, 19/9/1993 (com adaptações).

A partir da análise do emprego das classes de palavras e da
sintaxe das orações e dos períodos do texto I, julgue os itens que
se seguem.

Na linha 1, as duas ocorrências do pronome se pertencem à
mesma classe de palavras.

Alternativas
Comentários
  • Entendo que na primeira ocorrência do se, é o caso de conjunção subordinativa condicional, como no exemplo:
    SE VOCÊ PERMITIR, EU ME INSCREVEREI.

    A segunda ocorrência é um partícula apassivadora, como no exemplo:
    ESTUDOU-SE A MATÉRIA.
    E no texto esse se faz referência a leitura, porque é a leitura que se aprende por aí.
  • O primeiro se é uma conjunção, o segundo é um pronome oblíquo  átono.
  • 1 - Condicional

    2- apassivadora

  • Errado . A primeira ocorrência trata-se de um conjunção condicional , já a segunda se trata de um pronome apassivador

  • Na primeira ocorrência temos uma CONJUNÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL CAUSAL, podemos substituir por "já que", "como". Não pode ser condicional, pois não existe a condição no período.

    Já na segunda temos uma PARTÍCULA APASSIVADORA.

  • Na primeira ocorrência não vejo nenhuma relação de condição. Tão somente de CAUSA

  • Já que a chamada leitura do mundo é aprendida por aí (...)

    (conjunção subordinativa CAUSAL) P. Apassivadora (é um pronome oblíquo átono)

  • Essa conjunção Se é comparativa...

  • a primeira é hipòtese(causa) a segunda é apassivadora.

  • A PRIMEIRA É CAUSAL., PODE-SE SUBSTITUIR POR UMA VEZ QUE .

    A SEGUNDA É APASSIVADOR.

  • 1- Conjunção transpositiva adverbial CAUSAL. 2- Partícula apassivadora