Gabarito: D
Baseado nas alternativas de outra questão:
“Onde acaba a natureza? Onde começa a cultura? Nenhuma análise real permite apreender o ponto de passagem entre os fatos da natureza e os fatos da cultura, e reconhecer o mecanismo da articulação entre eles. Mas, com a presença ou a ausência da regra nos comportamentos não sujeitos às determinações instintivas, a análise nos forneceu o critério mais válido para reconhecer as atitudes sociais.Em toda parte onde se manifesta uma regra, nós sabemos com certeza de estar no plano da cultura. Simetricamente, é fácil reconhecer no universal o critério da natureza: de fato, tudo o que é constante em todos os homens escapa necessariamente ao domínio dos costumes, das técnicas e das instituições que diferenciam e opõem os grupos. Estabeleçamos, pois, que tudo quanto é universal no homem pertence à ordem da natureza e é caracterizado pela espontaneidade, e que tudo quanto está assujeitado a uma norma pertence à cultura e apresenta os atributos do relativo e do particular.” (Adaptado de Claude Lévi-Strauss.As estruturas elementares de parentesco, 1949.)
" A proibição do incesto deve ser considerada como um dos fundamentos da cultura, conforme a concepção que as diversas sociedades têm de consaguinidade, do incesto, da exogamia e das regras de parentesco que as organizam.A proibição do incesto define-se como uma regra cultural particamente universal, responsável pela exogamia observada na grande maioria das sociedades e que está na base do sistema de alianças de parentescos.A proibição do incesto é uma das regras culturais mais presentes nas sociedades humanas e faz parte do repertório crescente de desnaturalização dos costumes observado com clareza maior nas sociedades humanas.A proibição do incesto, apesar exisistir em todas as sociedades, é socialmente construída, o que explica as diferenças de sociedade para sociedade. "