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ID
1627213
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2015
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Entre fins do século XVIII e as primeiras décadas do século seguinte, a maior parte das colônias americanas conquistou sua independência. Em geral, malgrado a singularidade de cada colônia, essas emancipações enquadraram-se no contexto mais amplo de crise do Antigo Regime europeu e, sobretudo em relação às colônias ibéricas, também refletem o quadro histórico suscitado pela Era Napoleônica. Com relação ao processo de independência nas Américas, julgue (C ou E) o item a seguir.

Na América Hispânica, a luta pela independência pretendia alcançar uma espécie de novo pacto colonial, de modo que seus produtores pudessem ter contato direto com a grande potência econômica que a Revolução Industrial consagrara, a Inglaterra.

Alternativas
Comentários
  • Banca tendenciosa. A luta pela independência PRETENDIA alcançar um novo pacto colonial? Será mesmo? Sangrentas como foram na América Hispânica? Sinceramente...

  • A redação da questão é dúbia e imprecisa, em uma perspectiva historiográfica. Acredito que pode ser solicitada sua anulação. Resgatemos o Manual do Candidato. Um “pacto colonial” presume uma relação de monopólio, algo que não ocorria com os países independentes da antiga América espanhola, com influência disputada por Reino Unido, EUA e Brasil (pag. 75). Além disso, um “pacto colonial” seria incongruente com o liberalismo comercial advogado pelo próprio Reino Unido, citado no item; isso pode ser visto na página 45, “Assim, a nova potência hegemônica tinha as mãos livres nos mares e nos demais continentes, estruturando uma ordem mundial liberal e uma espécie de império informal, dado que houve um recuo do sistema colonial.”

     

    O Manual é claro em distinguir o império informal britânico do antigo sistema colonial. Finalmente, coloca que a luta pela independência “pretendia” alcançar esse novo pacto, quando temos uma miríade de objetivos pretendidos, como a afirmação de elites locais, o rompimento com o governo de José Bonaparte e o pensamento panamericano de Bolívar, todos presentes no Manual do Candidato.

     

    https://disqus.com/by/filipenobrefigueiredo/

  • Bizarro dizer que eles PRETENDIAM isso; se tinham outra alternativa? Eles queriam comércio aberto, semintermediação da metrópolee isso sim..

  • Fiquei com um pé atrás nessa questão, quando foi dito que eles "pretendiam". Certamente não, assim como o Brasil, foi uma espécie de pré requisito quase obrigatório, principalmente pra receber reconhecimento imediato... 

  • CERTO

  • Tudo o que os movimentos de independência na América hispânica não queriam era qualquer tipo de novo pacto colonial. Nada difícil de anular essa questão.

  • Reconheço que a palavra "pacto colonial" confunde, mas o pessoal tá viajando nos comentários. A coroa espanhola foi derrubada por Napoleão e seu irmão foi corado rei da Espanha, mas suas colônias americanas consideraram o novo rei ilegítimo e passaram a agir com autonomia. Quando Napoleão perde a guerra e o antigo reino é restaurado, a coroa espanhola impõe a sua intermediação no comércio entre as colônias e a Inglaterra, a reação daquelas foram as revoltas de independência da América espanhola. Portanto, esse contato direto com a Inglaterra foi o principal motivo das lutas pela independência.

  • Há registro histórico que comprova que os revolucionários hispanoamericanos "pretendiam uma nova espécie de pacto colonial" ? Algum discurso ou documento nesse sentido?

  • O tipo de questão que não cobra conhecimento mas sim habilidade de clarividência pro candidato adivinhar o que tava passando na cabeça de quem elaborou.

  • Essa forçou a amizade, mas podemos classificar como correta sim. O examinador procurou avaliar se o candidato sabe SE as elites criollas eram pró ou contra monarquia espanhola. O processo das independências da América espanhola, de maneira gral, tem 2 "macro" etapas: 1 crise de legitimidade de José I (irmão de Napoleão) e a FAVOR de Fernando VII; 2 oposição das elites coloniais contra o "antigo" colonialismo espanhol, não queria perder o poder ganho durante as juntas governativas

    As elites locais (criollas) se levantam especificamente contra o controle napoleonico da Espanha (pós invasão de Madri 1808), declaram autogoverno (juntas governativas- cabildos abiertos) e reafirmam a fidelidade a monarquia católica de Fernando VII (Lembrem do Grito de Dolores ”Viva a Virgem de Guadalupe! Morte ao mau governo! Viva Fernando VII!”). em suma, pretendiam governar localmente até a legitima monarquia ser restaurada, esse era o "plano" inicial. Havia, contudo, uma crescente presença do capital britânico, que muito agradava as elites criollas, que com isso ganharam poder e expulsam o chapetones (enviados espanhóis p/ controle da colonia).

    Logo, as elites juravam fidelidade a FVII, mas queria manter o poder adquirido durante as juntas e não perder o comercio realizado com os britânicos (acredito que esteja aqui o que o examinador chamou de um "novo pacto colonial"). Lembrando, antes invasão de napoleāo em 1808 a espanha passava pelas Reformas Bourbônicas de FVII para modernizar o reino via um despotismo esclarecido, havia um decreto de 1800-1801 que proibia manufaturas (que desagradava as elites coloniais)

    Quando se inicia o movimento restaurador pós Congresso de Viena há um temor da restauração do despotismo esclarecido dos bourbons, que após o período das juntas não = agradava as elites locais. Há então um recrudescimento dos movimentos de independência, justamente pelas elites que não queriam pedir poder/dinheiro pelo retorno as amarras coloniais antigas. Queria Fernando VII, mas sem abrir mão do poder adquirido durante os cabildos abiertos.

    Quando o examinador fala de "espécie de novo pacto", o termo especie deixa vago o suficiente para se justificar que se falava dessa lealdade das elites ao Fernando VII