O chamado currency
board, caixa
de conversão, é considerado muito severo, pois a moeda do país se torna
um mero substituto de uma moeda estrangeira, ou seja, apenas troca moeda
nacional por moeda estrangeira a uma taxa fixa, com isso, o país perde completamente
autonomia na realização de política monetária e cambial. No caso argentino, o
Banco Central tinha a função de trocar 1 peso por 1 dólar, assim para cada
dólar que entrasse no país, o Banco Central emitiria um peso argentino em troca
desse dólar, a operação contrária ocorreria com a saída do dólar, por isso,
caracteriza-se uma vinculação com a política monetária.
Nessa esteira, Otaviano Canuto explica:
“Um
currency board é um regime monetário e cambial no qual o país se compromete a
converter, sob demanda, sua moeda local em outro ativo líquido de aceitação
internacional, a uma cotação fixa. Originalmente, foi introduzido pela
Inglaterra em algumas de suas colônias. No
caso argentino, a conversibilidade está prometida em dólares e foi
constitucionalmente estabelecida na paridade de um dólar por peso.
Diferentemente
de outros regimes de câmbio rígido ou administrado, no currency board a
credibilidade do compromisso de conversibilidade é buscada com a manutenção de
reservas externas (divisas, ouro ou outros ativos líquidos) em geral acima do
valor correspondente de moeda local em circulação. Mas esta não é a única
diferença relevante.
Caso
seja implantado de forma “pura” ou “ortodoxa”, o currency board elimina em nível doméstico as funções clássicas do
banco central. O volume de dinheiro
local passa a seguir automaticamente a disponibilidade de reservas externas que
lhe sirvam de lastro. Por seu turno, o papel de emprestador em última
instância cumprido junto ao sistema bancário e financeiro local torna-se
limitado, visto que o banco central fica proibido de variar autonomamente os
passivos contra si próprio em moeda local.
Trata-se de uma espécie de delegação das
funções monetárias ao exterior, visto que a política monetária passa a depender
do montante líquido de divisas retido pelo país.”
Gabarito:
Correto.