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O Plano Real foi implantado em três fases: ajuste fiscal, desindexação e
âncora cambial, conforme descrito pelo livro de Economia Brasileira
Contemporânea, 2ª edição, Fábio Giambiagi, André Villela, Lavinia Barros de
Castro e Jennifer Hermann a seguir:
O Plano Real foi originalmente concebido como um
programa em três fases: a primeira tinha como função promover um ajuste
fiscal que levasse ao “estabelecimento do equilíbrio das contas do governo, com
o objetivo de eliminar a principal causa da inflação brasileira”; a segunda
fase visava “a criação de um padrão estável de valor denominado Unidade Real de
Valor — URV”; finalmente, a terceira concedia poder liberatório à unidade de
conta e estabelecia “as regras de emissão e lastreamento da nova moeda (real)
de forma a garantir a sua estabilidade”.
(...)
Para evitar
que ocorresse a fuga da “vela moeda” para a “nova” (e as consequências da
experiência húngara), estipulou-se no Plano Real que, simplesmente, não
existiria uma “nova moeda”, mas apenas uma nova unidade de conta. A URV foi
então racionalizada como um processo de recuperação das funções de uma mesma moeda.
Através dela se recuperaria, primeiramente, a função de unidade de conta (já
que URV era apenas um indexador para contratos, permanecendo o cruzeiro real com
a função de meio de pagamento), para depois transformar a URV em Real, resgatando
sua função de reserva de valor, pelo fim da inflação.
(...)
A URV começou
a vigorar a partir do dia 1º de março de 1994. Entre 1º de março e 30 de junho,
o Banco Central fixou diariamente a paridade entre o cruzeiro real e a URV,
tendo por base a perda do poder aquisitivo do cruzeiro real. Em 1 de julho de 1994 foi lançado o Real —
e extinta a URV.
Na prática, o
produto/serviço estava cotado em URV e a mesma mantinha paridade com o dólar, uma
URV equivalia a um dólar (US$), contudo o valor da URV era convertido e pago em
cruzeiros reais, consequentemente, com a extinção da URV, em 1994, e o
lançamento do real, este passou, também, a ser cotado em dólar, um real (R$) equivalia
um dólar (US$), submetendo a âncora cambial da URV.
Gabarito: Certo.
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CERTO.
O Plano Real foi um programa definitivo de combate à hiperinflação implantado em três etapas, a saber:
1. Período de equilíbrio das contas públicas, com redução de despesas e aumento de receitas, e isto teria ocorrido nos anos de 1993 e 1994;
2. Criação da URV para preservar o poder de compra da massa salarial, evitando medidas de choque como confisco de poupança e quebra de contratos;
3. Lançamento do padrão monetário de nome real, utilizado até os dias atuais.
As leis nº. 8.880/1994 e nº. 9.069/1995 transformavam a U.R.V em Real e atrelavam cada Real ao dólar americano, de forma que cada Real valia um dólar.
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Fiquei em dúvida com relação ao fato dele subemeter-se a adoção da âncora cambial da fase anterior.
Isto está certo?
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Também fiquei com a dúvida do Júlio Botelho
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Sobre a âncora cambial anterior: o câmbio era fixo, igualmente o que já havia sendo utilizado. Essa medida só se alterou após 1995, chegando em 1999 a ser o câmbio atual, que é flutuante.
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RESOLUÇÃO:
É exatamente isso!
O Plano Real foi concebido como um plano em três fases; ajuste fiscal, desindexação e âncora nominal.
A terceira e última inicia justamente a criação da nova moeda, o Real, que vinha para substituir a quase
moeda (URV) utilizada no processo de desindexação e eliminação da memória inflacionária.
Assim, em 1o de julho de 1994 a URV foi extinta e foi criado o Real, cuja paridade inicial com o dólar era de 1
para 1, embora pouco tempo depois ficasse esclarecido que a taxa poderia variar para baixo, respeitando o teto de
US$ 1 = R$ 1.
Resposta: C
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"A taxa de câmbio foi fixada em um real por um dólar"
Tem uma leve imprecisão aí. O real não adotou câmbio fixo, mas sim banda cambial assimétrica (ou câmbio flutuante para baixo) com teto em R$1 = US$1. Nesse esquema o real poderia se valorizar livremente (o câmbio poderia cair), mas não poderia se desvalorizar para além da paridade com o dólar. A sobrevalorização do real logo após o lançamento, com pressões sobre o balanço de pagamentos, levou ao estabelecimento de uma banda cambial deslizante, que aí sim estabeleceu um piso à banda assimétrica.
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A taxa de cambio não foi fixada, uma vez que poderia fluar para baixo