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ID
1630624
Banca
CESGRANRIO
Órgão
IBGE
Ano
2010
Provas
Disciplina
História
Assuntos

A história faz-se, sem dúvida, com documentos escritos, quando eles existem e, até mesmo, na sua falta, ela pode e deve fazer-se. A partir de tudo aquilo de que a engenhosidade do historiador pode lançar mão para fabricar o seu mel, na falta de flores usuais. Portanto, a partir de palavras e sinais; de paisagens e pedaços de argila; das formas de campos e de ervas daninhas; dos eclipses de lua e das coleiras de parelha; da perícia de pedras feita por geólogos e da análise de espadas metálicas por químicos. Em suma, a partir de tudo o que, pertencente ao homem, depende e está a serviço do homem, exprime o homem, significa a presença, a atividade, as preferências e as maneiras de ser do homem.
Uma grande parte – e, sem dúvida, a mais apaixonante – de nosso trabalho de historiador não consistirá no esforço constante para que as coisas silenciosas se tornem expressivas, levá-las a exprimir o que elas são incapazes de dizer por si mesmas a respeito dos homens e das sociedades que as produziram, e, finalmente, para constituir entre elas essa ampla rede de solidariedade e ajuda mútua que supre a falta do documento escrito?

Lucien Febvre [1953] Apud PROST, Antoine. Doze lições sobre a história
Belo Horizonte: Autêntica, 2008, p.77.

Para Lucien Febvre, a parte mais apaixonante do ofício de historiador é fazer com que coisas silenciosas se tornem expressivas. Para que isso seja possível, de acordo com o texto citado, é preciso:

Alternativas