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Errado - O segundo choque do petróleo veio em decorrência da Revolução Islâmica de 1979 e gerou problemas para o Brasil sim.
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A interpretação estruturalista da inflação brasileira, desenvolvida
pelos economistas da Comissão
Econômica para a América Latina – Cepal, conferia a raiz da inflação aos
problemas estruturais da economia, como: estruturas agrícolas ineficientes;
infraestrutura imprópria; escassez de oferta, rigidez de preços, etc. Estes
problemas, na concepção cepalina, eram o cerne da inflação, por isso os
trabalhadores utilizavam de estratégias defensivas, como encurtamento do
período de reajuste, para conseguirem diminuir a corrosão do salário pela
elevada inflação. Consequentemente, os períodos de reajuste são menores fazendo
com que a indexação da economia acelere o processo inflacionário. Vejamos no
livro Economia Brasileira Contemporânea:
As chamadas teses heterodoxas de inflação, em contraposição, admitem a possibilidade
teórica de inflação de demanda, melhor traduzida na frase de que, acima do
pleno emprego, expansões fiscais geram inflação. Todavia, enfatizam que no
mundo real e, em particular, em economias em desenvolvimento, onde a mobilidade
dos fatores é menor e existem gargalos de oferta, estamos frequentemente diante
de inflações de custos, que se transformam em processos inflacionários pela
existência do conflito distributivo. A majoração de custos pode, como na visão
ortodoxa, ser circunstancial, caso em que provocam apenas uma mudança
temporária de preços relativos. Mas, em geral, são pressões recorrentes que revelam problemas estruturais da economia:
desequilíbrios estruturais do
Balanço de Pagamentos; estruturas agrícolas ineficientes; infraestrutura inadequadas;
gargalos setoriais de oferta que, aliados a rigidez de preços, fazem com que
excessos de demanda setoriais se transformem em elevações gerais de preços;
estruturas oligopolizadas que usam o aumento de Mark-up (inflação de margens)
como fonte de financiamento para a expansão da produção, inexistência de um
mercado de crédito e de capitais desenvolvido etc. Nessa visão, as pressões de
custos (ou de demanda, quando se está acima do pleno emprego) são fonte de
aceleração inflacionária, porém, a inflação adquire um caráter inercial pela
existência de um conflito distributivo latente ou institucionalizado — e tende
a se manter constante. Cabe, porém, advertir que, ainda que
institucionalizado por cláusulas de indexação contratuais, a inflação que tem
por origem o conflito distributivo pode se acelerar. Isso ocorre, como vimos,
quando os trabalhadores reivindicam o encurtamento dos períodos de reajustes.
Gabarito: Correto.
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Visando conter os efeitos inflacionários do segundo choque do petróleo, os bancos centrais dos países industrializados, em geral, elevaram suas taxas básicas de juros. (...) O novo patamar das taxas de juros inaugurou uma fase de recessão nos países industrializados, que se estendeu, na maioria deles, até 1982. A combinação desses choques atingiu gravemente países os países importadores de petróleo, em especial aqueles já endividados, como o Brasil. O novo choque do petróleo deteriorou ainda mais os termos de troca para esses países. Economia Brasileira Contemporânea, Giambiagi; Castro, Villela, Hermann. p. 77-78
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RESOLUÇÃO:
Estavam totalmente ligados!
O governo de João Figueiredo marca o declínio do modelo de crescimento brasileiro que vigorava nas últimas
décadas. E isso está intimamente ligado aos problemas da economia internacional, ao contrário do que supõe a
assertiva.
Em 1979, a revolução islâmica ocorrida no Irã (segundo maior produtor de petróleo à época) criou as
condições para que os preços do “ouro negro” triplicassem ao longo daquele ano e do seguinte, naquilo que ficou
conhecido como o segundo choque do petróleo.
Não bastasse o problema direto que isso trouxe à economia brasileira devido à dependência do país da
importação de petróleo, o choque também fez com que as economias mais avançadas promovessem políticas
monetárias muito contracionistas, com elevação generalizada das taxas de juros internacionais.
Isso fez, por exemplo, com que a dívida externa brasileira desse um grande salto.
Resposta: E