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ID
1643467
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
TCU
Ano
2015
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

A respeito do financiamento do setor público no Brasil, julgue o item a seguir.

Para que a condição de equilíbrio da relação dívida pública/PIB ocorra, a expectativa de um menor crescimento econômico do Brasil, nos próximos anos, ceteris paribus, exige uma geração de superávits primários maiores no período.

Alternativas
Comentários
  • "A semelhança acontece no que se refere à análise se uma dívida vai

    ser grande ou não. O item levado em conta para avaliarmos se uma

    dívida é grande ou não é a relação da dívida com o “faturamento” ou a

    “renda” do país. Só que um país não possui faturamento, mas sim um

    “PIB”. Assim, nós avaliamos a sustentabilidade do endividamento

    público a partir da relação dívida/PIB.

    Se esta relação for baixa, o endividamento é sustentável. Na

    medida em que a relação aumenta, o endividamento perde

    sustentabilidade. Assim, uma dívida pública de R$ 1,5 trilhão para o Brasil

    não é tão grave, uma vez que o PIB é de mais de R$ 4,5 trilhões. Ou seja,

    a relação dívida/PIB do Brasil é de aproximadamente 35%, o que é

    considerado uma relação muito boa. Dívida sustentável.

    Já a mesma dívida do Brasil (R$ 1,5 bilhão) para um país com PIB

    bem menor (por exemplo, a Argentina, que possui um PIB de R$ 1,5

    bilhão... aproximadamente) seria mais grave."


    Argumento de Bohn

    "Caso o resultado primário responda positivamente a

    acréscimos na dívida pública, então, esta pode ser vista

    como sustentável (mesmo em uma ambiente de incerteza

    econômica)."

    Prof. Heber e Jetro

  • Os superávits primários representam um saldo positivo da arrecadação do Governo menos suas despesas principais. Em período de menor crescimento econômico temos um PIB crescendo mais lentamente. Para que se mantenha o equilíbrio da relação dívida pública/PIB, será necessária a geração de superávits primários para frear o crescimento acelerado da dívida pública.

  • Para entender essa relação é preciso saber que a dívida pública paga juros, e esses juros possuem um taxa de retorno normalmente maior do que o crescimento do PIB.

    Imagine que a taxa de juros paga pela dívida seja de 10% e seu montante seja de 1 bilhão (logo, 100 milhões de juros).

    Imagine agora que o país tenha tabém um cresimento de 10%. O montante destacado no orçamento para pagamento da dívida é de 1 bilhão. Logo o próprio crescimento do PIB dá conta da variação da dívida.

    Agora suponhamos que o PIB cresca apenas 5%. A conta fica "curta" em 50 milhões, fazendo-se necessária uma economia maior para fazer face a essa despesa. Essa economia maior, esse esforço maior a grosso modo, representa a necessidade de um superávit primário maior em tempos de PIB retraído

  • Corretíssimo!

    Quanto menor é o crescimento econômico, maior precisa ser o esforço fiscal do governo para manter a razão dívida/PIB constante.

    O raciocínio é bem simples: quanto menor cresce o PIB, menos cresce o denominador da fração.

    Logo, menos poderá crescer o numerador. E a forma de o numerador (dívida) crescer pouco ou não crescer é pela obtenção de superávits primários.

     

    Resposta: C

  • Quanto menor é o crescimento econômico, maior precisa ser o esforço fiscal do governo para manter a razão dívida/PIB constante.

    O raciocínio é bem simples: quanto menor cresce o PIB, menos cresce o denominador da fração.

    Logo, menos poderá crescer o numerador. E a forma de o numerador (dívida) crescer pouco ou não crescer é pela obtenção de superávits primários.

  • Certo.

    Se o PIB não cresce, ou seja, o denominador não aumenta, temos que reduzir o numerador via superavits maiores.

  • GAB: CERTO

    Complementando!

    Fonte: Prof. Celso Natale

    O resultado primário não considera a despesa com juros. Portanto, se o governo obtiver superávits primários, a evolução da dívida vai depender do montante de juros a serem pagos. Se os juros forem maiores que o superávit, a dívida crescerá. 

    Para manter constante a relação dívida/PIB, dívida e PIB devem crescer na mesma proporção. 

    Se o PIB apresentar baixo crescimento, a dívida deverá crescer a taxas pequenas também. Se a dívida deve crescer a taxas pequenas, existe a necessidade de geração de superávits primários maiores no período, para conseguir pagar uma parte considerável da despesa com juros.