SóProvas


ID
1666909
Banca
FCC
Órgão
TRT - 15ª Região (SP)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      O termo saudade, monopólio sentimental da língua portuguesa, geralmente se traduz em alemão pela palavra “sehnsucht”. No entanto, as duas palavras têm uma história e uma carga sentimental diferentes. A saudade é um sentimento geralmente voltado para o passado e para os conteúdos perdidos que o passado abrigava. Embora M. Rodrigues Lapa, referindo-se ao sentimento da saudade nos povos célticos, empregue esse termo como “ânsia do infinito”, não é esse o uso mais generalizado. Emprega-se a palavra, tanto na linguagem corrente como na poesia, principalmente com referência a objetos conhecidos e amados, mas que foram levados pela voragem do tempo ou afastados pela distância. 

       A “sehnsucht” alemã abrange ao contrário tanto o passado como o futuro. Quando usada com relação ao passado, é mais ou menos equivalente ao termo português, sem que, contudo, lhe seja inerente toda a escala cromática de valores elaborados durante uma longa história de ausências e surgidos em consequência do temperamento amoroso e sentimental do português. Falta à palavra alemã a riqueza etimológica, o eco múltiplo que ainda hoje vibra na palavra portuguesa. 

     A expressão “sehnsucht”, todavia, tem a sua aplicação principal precisamente para significar aquela “ânsia do infinito” que Rodrigues Lapa atribuiu à saudade. No uso popular e poético emprega-se o termo com frequência para exprimir a aspiração a estados ou objetos desconhecidos e apenas pressentidos ou vislumbrados, os quais, no entanto, se julgam mais perfeitos que os conhecidos e os quais se espera alcançar ou obter no futuro. 

    Assim, a saudade parece ser, antes de tudo, um sentimento do coração envelhecido que relembra os tempos idos, ao passo que a “sehnsucht” seria a expressão da adolescência que, cheia de esperanças e ilusões, vive com o olhar firmado num futuro incerto, mas supostamente prometedor. Ambas as palavras têm certa equivalência no tocante ao seu sentido intermediário, ou seja, à sua ambivalência doce-amarga, ao seu oscilar entre a satisfação e a insatisfação. Mas, como algumas de suas janelas dão para o futuro, a palavra alemã é portadora de um acento menos lânguido e a insatisfação nela contida transforma-se com mais facilidade em mola de ação. 

(Adaptado de: ROSENFELD, Anatol. Doze estudos. São Paulo, Imprensa oficial do Estado, 1959, p. 25-27) 

No uso popular e poético emprega-se o termo com frequência para exprimir a aspiração a estados ou objetos desconhecidos e apenas pressentidos ou vislumbrados, os quais, no entanto, se julgam mais perfeitos que os conhecidos e os quais se espera alcançar ou obter no futuro. (3º parágrafo)

Os elementos sublinhados acima podem ser substituídos, sem prejuízo da clareza e da correção gramatical, respectivamente, por:

Alternativas
Comentários
  • O qual"," a qual"," os quais" "as quais" são usados com referência a pessoa ou coisa. Desempenham as mesmas funções que o pronome "que"; porém, seu uso, é pouco frequente, limitando-se a casos em que é necessário para evitar ambiguidade. 

    Fonte: http://www.soportugues.com.br.

  • A) INCORRETA , O PRONOME ONDE SÓ PODERÁ FAZER REFERÊNCIA Á LUGAR

    C) INCORRETA, CUJOS = O PRONOME CUJO SOMENTE DEVE SER UTILIZADO, SE HOUVER A IDEIA DE POSSE ENTRE DUAS PALAVRAS

    D) INCORRETA, CUJOS = O PRONOME CUJO SOMENTE DEVE SER UTILIZADO, SE HOUVER A IDEIA DE POSSE ENTRE DUAS PALAVRAS

    E)  INCORRETA, PRONOME ONDE SÓ PODERÁ FAZER REFERÊNCIA Á LUGAR

     

    B) CORRETA, O PRONOME " QUE" 

     

    O pronome relativo que é o de mais largo emprego, chamado de relativo universal, pode ser empregado com referência a pessoas ou coisas, no singular ou no plural.

    Conheço bem a moça que saiu.
    Não gostei do vestido que comprei.
    Eis os instrumentos de que necessitamos.

    6. O pronome relativo que pode ter por antecedente o demonstrativo o (a, os, as).

    Sei o que digo. (o pronome o equivale a aquilo)

    7. Quando precedido de preposição monossilábica, emprega-se o pronome relativo que. Com preposições de mais de uma sílaba, usa-se o relativo o qual (e flexões).

    Aquele é o machado com que trabalho.
    Aquele é o empresário para o qual trabalho.

     

    GABARITO B 

    BONS ESTUDOS

  • Lembremos que "Cuja" é insubstituível!

    Não é possível trocar "cuja" por outro pronome, nem outro pronome por "cuja".

    Ou é cuja, ou não é!