SóProvas


ID
1667692
Banca
FCC
Órgão
METRÔ-SP
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Um filme é uma criatura muito especial, muito específica, nascida das mesmas vontades antigas que levaram nossos antepassados a narrar uma caçada ao mamute nas paredes das cavernas. Num filme está um impulso ao mesmo tempo mais primitivo que o da leitura e mais tecnologicamente sofisticado que o do teatro. Como na leitura, queremos narrativas que alimentem a nossa imaginação − mas diferentemente do livro, onde mundos interiores, paisagens distantes, estados de espírito ou intenções ocultas podem ser descritos, deixando-a preencher o vácuo, o filme tem a obrigação de nos mostrar visualmente cada uma dessas coisas. Como no teatro, ele propõe a apreciação do movimento, da presença humana, da máscara do personagem − mas apenas com a intermediação da imagem captada. E assim, desse jeito tão peculiar, o cinema tem capturado nossa atenção, nossa imaginação e nosso tempo há mais de um século.
    Nos primórdios do cinema não havia montagem porque não havia o que montar: encantadas com a novidade da imagem em movimento, as plateias do final do século XIX contentavam-se com uma tomada estática, que durava algo em torno de três minutos. A necessidade de aumentar a duração das sessões só podia ser resolvida com a adição de mais imagens, um problema que Edwin Porter resolveu com inventividade. Em pouco mais de seis minutos, Porter costura cenas de um dia na vida de um bombeiro, estabelecendo o conceito narrativo que iria dominar o cinema comercial ao longo das décadas seguintes: as imagens se sucedem, convidando o espectador a organizá-las como uma história linear, com começo meio e fim.
    As normas que hoje regem o mercado da produção cinematográfica mundial não são exatas e rígidas, mas, basicamente, a filosofia principal é: um filme, mesmo “barato”, é caro; antes de investir a pequena fortuna necessária para que ele se torne realidade, há que se tentar ao máximo minimizar os riscos. E esse processo interessa de perto a nós, os espectadores, porque são as decisões tomadas durante essa tentativa que, em última análise, determinam a forma final que um filme terá, se ele será ousado ou conservador, cheio de estrelas ou repleto de desconhecidos, rodado em alguma ilha paradisíaca do Pacífico ou dentro de algum estúdio.
(Adaptado de: BAHIANA, Ana Maria. Como ver um filme. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012, formato e-book.)

Em pouco mais de seis minutos, Porter costura cenas de um dia na vida de um bombeiro, estabelecendo o conceito narrativo que iria dominar o cinema comercial ao longo das décadas seguintes: as imagens se sucedem, convidando o espectador a organizá-las como uma história linear, com começo meio e fim.
Atente para as afirmações abaixo a respeito do segmento acima.
I. O sinal de dois-pontos introduz uma decorrência do que se afirma antes.
II. Sem prejuízo da correção e do sentido original, uma continuação para o segmento “as imagens se sucedem" é: "umas as outras".
III. A vírgula empregada após “linear" precede uma explicação.
Está correto o que se afirma APENAS em:

Alternativas
Comentários
  • O erro do item II é que a expressão "umas as outras" leva crase.

  • LETRA D


    I -  CORRETO  - Decorrência significa consequência. O fato dele ter costurado as cenas ( causa ) , fez com que o espectador as organizasse ( consequência ) 
    II - ERRADO  - Quando eu digo que as imagens se sucedem , já está implícito que elas se sucedem umas as outras , acrescentar essa expressão acarretaria em erro.
    III - CORRETO - Vai explicar como era organizada a história linear

    CONTINUE ESTUDANDO , VAI CHEGAR A SUA VEZ!!
  • GALERA, a fcc sempre gosta de confundir a parada de SENTIDO E CORRECAO.... QUANDO ELA FALA QUE NAO VAI MUDAR NADA DAS DUAS.... GERALMENTE UMA MUDA

  • Também acredito que o erro da II seja a ausência de crase e não a aparente redundância.

    http://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/consultorio/umas-as-outras-tem-crase/

  • Suceder = ocorrer, acontecer (v.i.); vir depois, seguir-se (v.t.i.).

     

    V.I.: Sucedeu que a sua ausência nos impediu de tomarmos as decisões necessárias.

    V.T.I.: Dilma foi escolhida pelo povo para suceder ao presidente Lula

    "as imagens vireram depois umas às outras"

    "as imagens seguiram umas às outras"

    Além de ser um VTI, exigindo o complemento preposicionado, assim ocorrento a crase, acredito que teria que remover o pronomo reflexivo por que a expressão "uma as outras" já possui a mesma semantica. 

     

    http://www.qieducacao.com/2011/05/regencia-verbal.html

  • Em pouco mais de seis minutos, Porter costura cenas de um dia na vida de um bombeiro, estabelecendo o conceito narrativo que iria dominar o cinema comercial ao longo das décadas seguintes e, por CAUSA DISSO as imagens se sucedem, convidando o espectador a organizá-las como uma história linear, com começo meio e fim. ( os 2 pontos introduzem uma consequência (decorrência) para o resultado de Porter ter costurado cenas )

  • A expressão “umas às outras”, que indica uma ação recíproca, tem crase, ou seja, existe nela a contração da preposição a com o artigo definido feminino as. Equivale a “uma a + as outras”. Exemplo: “As colegas elogiavam-se umas às outras em público, mas pelas costas eram pura maledência”.

     

    Uma forma de confirmar isso é transpor a expressão para o gênero masculino. Temos então “uns aos outros”, isto é, “uns a + os outros”. O mais clássico dos exemplos é “Amai-vos uns aos outros”.

     

    Note-se que esse é um daqueles casos em que o verbo não precisa ser transitivo indireto (como “elogiar” e “amar” não são) para que a preposição se justifique.

     

    http://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/consultorio/umas-as-outras-tem-crase/