Antes, os acessos endodônticos eram feitos tendo como base apenas a anatomia oclusal. Mas somente essa referência não é confiável, já que, a morfologia coronária pode ter sido alterada por lesões cariosas ou restaurações extensas. Pode ocorrer também da raiz não ser perpendicular à superfície oclusal. Assim, na realização de acessos fundamentados unicamente na anatomia oclusal, poderão ocorrer iatrogenias como perfuração de furca. Dessa forma, foi determinado que a Junção Amelocementária é a referência anatômica mais importante para indicar a posição da câmara pulpar e orifícios do canal, já que há uma anatomia característica e consistente do assoalho da câmara pulpar.
Para definir o número e a localização dos orifícios no assoalho observa-se:
- Centralidade: O assoalho da câmara pulpar fica no centro do dente, no nível da Junção Amelocementária.
- Concentricidade: A anatomia da superfície externa da raiz reproduz a anatomia interna da câmara pulpar, quando no nível da Junção Amelocementária.
- Localização da Junção Amelocementária: A distância entre a superfície externa da coroa clínica à parede da câmara pulpar é a mesma em todo o contorno do dente, quando à altura da junção amelocementária.
- Simetria: É feita uma linha imaginária no sentido mesiodistal no meio do assoalho da câmara pulpar. Os orifícios do canal estão localizados perpendicularmente à linha (Exceção: molares superiores).
- Alteração de Cor: O assoalho da câmara pulpar é mais escurecido do que as paredes.
- Localização do orifício: Os orifícios estão no ângulo formado pelas paredes e o assoalho da câmara pulpar e no fim das linhas de união do desenvolvimento radicular.
Dentes com formato em C (2° e 3° molar inferior) não seguem essas associações.
Fonte: Caminhos da Polpa. Autores: Stephen Cohen e Kenneth M. Hargreaves.