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ID
1671796
Banca
FCC
Órgão
TRT - 3ª Região (MG)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Comunicação Social
Assuntos

Do ângulo da rua, vê-se uma gigantesca mobilização de quatro milhões de pessoas – na qual há jovens, velhos, crianças, pobres, ricos, classe média – que se encontraram nas ruas de São Paulo, unidos por uma solidariedade na esperança que nada tem a ver com uma montagem: para mobilizar essa multidão, foi preciso algo mais, algo muito diferente da vontade manipulatória de alguns meios massivos. Foi preciso justamente aquilo que os gritos da multidão testemunham nesses dias: “Tancredo não Morreu, Tancredo está no povo", “Tancredo, um dia haverá pão para todos, como você queria". Não foi um “país medieval" o que saiu às ruas, não foi um país de fanáticos e curandeiros, mas aquele mesmo povo que poucos meses antes enchia as mesmas ruas exigindo as “Diretas Já", um povo em redescoberta de sua cidadania, reinventando a sua identidade, num espetáculo que fundia festa e política, fazendo política a partir da festa. E ganhava voz na presença corporal e no movimento de uma multidão. Mas isso foi totalmente ignorado por uma imprensa que, erigindo-se em crítica da massa, não pôde ver que continha e formava, que dava forma à massa.

(In: BARBERO, Jesús-Martín: Dos meios às mediações – Comunicação, Cultura e Hegemonia. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2013 p. 322) 

Na perspectiva das mediações culturais, eventos como a morte de Tancredo Neves são recebidos pela imprensa com uma pretensa racionalidade científica, mas são ressignificados pelo popular e sua forma particular de construção de conhecimento, sendo então reapropriados na comunicação massiva. No caso descrito, como um exemplo latino-americano, o resultado é uma narrativa 

Alternativas
Comentários
  • Por que a alternativa "c" é a correta? Qual a justificativa das outras?

  • Em resposta à concursanda Fit, veja o exemplo do texto de Barbero. Ele mostra o estado emocional das pessoas ante a morte de um político querido. Há uma relação de sentimentos que não costuma ser evidenciada no jornalismo diário. Morre a figura pública e as matérias tendem e ser racionais. Logo depois há uma efervescência de demonstrações de carinho por esta figura e os jornais não podem deixar de registrá-la.

    Contudo, ao retratar a repercussão da morte tem se a tendência ao melodramático, característica atribuída a nós, latinos, de sermos mais "expressivos".

    Pense na novela mexicana. É tudo meio exagerado não é?