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ID
167365
Banca
FCC
Órgão
TJ-PI
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: A questão refere-se ao texto abaixo.

        Nos anos 90, o Brasil estabilizou sua economia e deslanchou um importante processo de reformas estruturais, com o forte impulso dado à privatização e à reorientação da política social. Tais mudanças, não é preciso repetir, deram-se como resposta ao precedente modelo de crescimento via substituição de importações, por um lado, e à aceleração da globalização, por outro. Esse conjunto de transformações alterou profundamente as percepções e estratégias "normais" de ascensão social, cujo horizonte deixa de ser apenas individual para tornar-se coletivo. De fato, milhões de brasileiros passam a experimentar a mobilidade social em um contexto de mudança no plano das identidades coletivas; de mudanças que dizem respeito não apenas a taxas ou a padrões individuais de mobilidade, mas ao próprio sistema de estratificação social. A classe C deixa de ser "baixa" e começa a ser "média", disputando espaço com os estratos situados imediatamente acima dela - ou seja, as classes médias tradicionais.
         Na análise da ascensão da classe C, a questão central é a da sustentabilidade. Se a nova classe média resulta, em grande parte, do encurtamento de distâncias sociais em função da difusão do consumo, como irão seus integrantes gerar a renda necessária para sustentar os novos padrões? Serão sustentáveis ? ou antes, sob que condições serão sustentáveis - os índices de expansão do que se tem denominado a "nova classe média"?
        Dada a extrema desigualdade no perfil brasileiro de distribuição de renda, os bons e os maus caminhos bifurcam-se logo adiante. Por um lado, por si só a megamobilidade social a que fizemos referência implica redução das desigualdades de renda. Por outro, o risco de fracasso é alto, o que significa estagnação e, no limite, dependendo de circunstâncias macroeconômicas, até regressão na tendência de melhora na distribuição de renda.
      Deixando de lado a dinâmica macroeconômica, concentramos nossa atenção em fatores ligados à motivação e à autocapacitação (denominados fatores weberianos) na formação de novos valores sociopolíticos.
        De fato, o crescimento econômico dos últimos anos traduziu-se em forte expansão da demanda por bens e serviços. Mas as oscilações da renda familiar geradas por empregos pouco estáveis ou atividades por conta própria sinalizam dificuldades para as faixas de renda mais baixa manterem o perfil de consumo ambicionado. Endividando-se além do que lhes permitem os recursos de que dispõem, as famílias situadas nesse patamar defrontam-se com um risco de inadimplência que passa ao largo das famílias da classe média estabelecida.

(Amaury de Souza e Bolívar Lamounier. O Estado de S. Paulo, Aliás, J5, 7 de fevereiro de 2010, com adaptações)

Todos os verbos estão corretamente flexionados na frase:

Alternativas
Comentários
  • LETRA C

    A)PREVERAM = PREVIRAM

    B)CRÊM = CRÊEM (OU NA NOVA REGRA = CREEM) / OBTEU = OBTEVE

    C)CORRETA

    D)INTERVIU = INTERVEIO

    E)MANTESSEM = MANTIVESSEM

  • Letra C.

     

    Comentário:

     

    Abaixo, as frases já estão corrigidas e os verbos alterados estão sublinhados e em negrito.

     

    (A) Aqueles que previram dificuldades trazidas pela globalização devem reconhecer que ela trouxe também alguns benefícios.

     

    (B) Alguns especialistas creem na redução dos bolsões de pobreza no país, pois boa parte da população brasileira obteve

    mais renda.

     

    A alternativa (C) é a correta. Note que “constitui” deve terminar em “i”. Pesquisas feitas sobre a distribuição de renda indicam

    ter havido redução das desigualdades, fato que constitui motivo de comemoração.

     

    (D) O governo de muitos países interveio  na economia para controlar os maus resultados trazidos ao comércio pela crise

    mundial.

     

    (E) Para que se mantivessem os níveis sustentáveis de consumo, seria preciso garantir renda suficiente às famílias de

    classe média.

     

     

    Gabarito: C

     

     

    Prof. Décio Terror