José Paulo Netto, em sua obra intitulada
Capitalismo Monopolista e Serviço Social, aprofunda seus estudos sobre os
processos sociais, políticos e econômicos que contribuíram para a institucionalização
do Serviço Social, enquanto profissão inserida na divisão sócio-técnica do
trabalho. Podemos resumir as ideias do autor deste modo, quando o desenvolvimento capitalista alcança o seu patamar
mais alto na ordem monopólica que traveja a sociedade burguesa consolidada e
madura. A institucionalidade sócio-política que lhe é própria não redunda
imediatamente das exigências econômicas do dinamismo do capital monopolista,
mas se reproduz como resultante do movimento das classes sociais em suas
projeções. Nela o Estado joga o papel central e específico, dado que lhe cabe
asseguradas condições da reprodução social no âmbito da lógica monopólica ao
mesmo tempo em que deve legitimar-se para além desta fronteira – donde o
potenciamento do seu traço intervencionista e a sua relativa permeabilidade a
demandas extramonopolistas incorporadas seletivamente com a tendência a
neutralizá-las. Este núcleo elementar de tensões e conflitos aparece organizado
na sua modalidade típica de intervenção sobre a questão social, conformada nas
políticas sociais - no âmbito. (...) Para uma tal intervenção, requerem-se
agentes especializados - novos
profissionais , que se inserem em espaços que ampliam e complexificam a divisão
social ( e técnica) do trabalho .Entre estes novos atores, contam-se os
assistentes sócias.