SóProvas


ID
1696327
Banca
Prefeitura do Rio de Janeiro - RJ
Órgão
Câmara Municipal do Rio de Janeiro
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Considerar o texto II, para responder à questão .

Texto II: Terra, terra

De repente, a terra se faz lembrar. Acentua que não é necessariamente terra firme. E treme. Aterroriza, destrói, mata, mostra que o bicho-homem não manda nela. O terremoto no Nepal dói no mundo inteiro, em todos os habitantes do planeta Terra, por cima das distâncias e diferenças, solidários com as vítimas indefesas e impotentes. Vem somar uma catástrofe natural à catástrofe humana e histórica, perfeitamente evitável, dos imigrantes clandestinos, também impotentes e indefesos, que fogem de suas casas, deixam suas terras e morrem maciçamente no Mediterrâneo, milenar berço de civilizações transformado em túmulo de famílias desesperadas. São dias de chorar. Pelas vítimas do terremoto no Nepal. Pelos migrantes que se afogam no Mediterrâneo. E de tentar ajudar.
Outras línguas distinguem a terra que se move (como earth), da terra que se deixa (land), escorraçado pela guerra e pela miséria. Ou da terra (ground) que guarda o petróleo que tanto enriquece alguns e de onde pode brotar a água que nos faz viver mas ameaça sumir. Em português, juntamos tudo, entendendo que é uma coisa só. Mesmo distantes, errantes navegantes do planeta, jamais deveríamos esquecer — como na canção de Caetano.
Todo mundo tem o direito de poder ficar em sua própria terra natal, se quiser. É o que pede o coração. Um dos aspectos mais terríveis dessas migrações clandestinas africanas ou do Oriente Médio, incentivadas pelo tráfico ilegal para a Europa, é a mais absoluta falta de opção das vítimas. É revoltante saber que milhares de pessoas estão morrendo afogadas todo dia, por terem pago por essa viagem as economias de uma vida, depois de perderem casa, bens, terras, animais, plantações, para se apinhar com a família numas sucatas flutuantes, muitas vezes trancados num porão.

Ana Maria Machado. O Globo – 02/05/2015, 1º Caderno, Opinião. Fragmento

“É revoltante saber que milhares de pessoas estão morrendo”. O termo em destaque introduz oração substantiva que funciona como objeto direto da anterior; é, pois, conjunção integrante. Essa, porém, não é a classificação do que em:

Alternativas
Comentários
  • A letra a) é pronome relativo. 

  • Mais uma questão de diferenciação entre pronome relativo e conjunção integrante.
  • GABARITO A

     

    Vamos analisar uma por uma bem rapidinho pessoal:

     

    Primeiro vamos lembrar que a CONJUNÇÃO INTEGRANTE é sempre substituível por ISSO / DISSO .

    Já o PRONOME RELATIVO, que é seu concorrente, se refere a algo já falado anteriormente.

     

    a) Pelos migrantes que se afogam no Mediterrâneo.

        Pelos migrantes ISSO. Coube? NÃO !! "Pelos migrantes QUE (migrantes novamente) se afogam [...]. A conjunção "que" se refere aos migrantes, está retomando um termo já falado. Logo, PRONOME RELATIVO. Já temos nossa resposta. GABARITO

     

     b) Em português, juntamos tudo, entendendo que é uma coisa só.

        Em português, juntamos tudo, entendendo ISSO. Coube? SIMMMM! Então temos uma CONJUNÇÃO INTEGRANTE.

     

     c) Aterroriza, destrói, mata, mostra que o bicho homem não manda nela.

        Aterroriza, destrói, mata, mostra ISSO. Coube? SIMMMM! Então temos uma CONJUNÇÃO INTEGRANTE.

     

     d) Acentua que não é necessariamente terra firme.

       Acentua ISSO. Coube? SIMMMM! Então temos uma CONJUNÇÃO INTEGRANTE.

     

    bons estudos.