SóProvas


ID
1696333
Banca
Prefeitura do Rio de Janeiro - RJ
Órgão
Câmara Municipal do Rio de Janeiro
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Considerar o texto II, para responder à questão .

Texto II: Terra, terra

De repente, a terra se faz lembrar. Acentua que não é necessariamente terra firme. E treme. Aterroriza, destrói, mata, mostra que o bicho-homem não manda nela. O terremoto no Nepal dói no mundo inteiro, em todos os habitantes do planeta Terra, por cima das distâncias e diferenças, solidários com as vítimas indefesas e impotentes. Vem somar uma catástrofe natural à catástrofe humana e histórica, perfeitamente evitável, dos imigrantes clandestinos, também impotentes e indefesos, que fogem de suas casas, deixam suas terras e morrem maciçamente no Mediterrâneo, milenar berço de civilizações transformado em túmulo de famílias desesperadas. São dias de chorar. Pelas vítimas do terremoto no Nepal. Pelos migrantes que se afogam no Mediterrâneo. E de tentar ajudar.
Outras línguas distinguem a terra que se move (como earth), da terra que se deixa (land), escorraçado pela guerra e pela miséria. Ou da terra (ground) que guarda o petróleo que tanto enriquece alguns e de onde pode brotar a água que nos faz viver mas ameaça sumir. Em português, juntamos tudo, entendendo que é uma coisa só. Mesmo distantes, errantes navegantes do planeta, jamais deveríamos esquecer — como na canção de Caetano.
Todo mundo tem o direito de poder ficar em sua própria terra natal, se quiser. É o que pede o coração. Um dos aspectos mais terríveis dessas migrações clandestinas africanas ou do Oriente Médio, incentivadas pelo tráfico ilegal para a Europa, é a mais absoluta falta de opção das vítimas. É revoltante saber que milhares de pessoas estão morrendo afogadas todo dia, por terem pago por essa viagem as economias de uma vida, depois de perderem casa, bens, terras, animais, plantações, para se apinhar com a família numas sucatas flutuantes, muitas vezes trancados num porão.

Ana Maria Machado. O Globo – 02/05/2015, 1º Caderno, Opinião. Fragmento

Elipse é a omissão, numa enunciação linguística, de um termo que pode ser depreendido pelo contexto.
Verifica-se elipse do sujeito em:

Alternativas
Comentários
  • A questão tenta enganar nas letras b e c com pronomes relativos "que". De fato, pronome relativo retoma uma palavra anterior, mas jamais irá omitir ou ocultar alguma palavra. O pronome relativo por si representa a palavra anterior.  
     
    Na letra a, a ideia é parecida. "Por isso" é uma conjunção coordenativa conclusiva é retoma o oração anterior, ligando as duas orações de um texto.  

     


     


    Na letra d, de fato, ocorre a elipse. Veja como ficaria a frase sem o uso dela:   


    O papa alertou: “são homens e mulheres como nós, são irmãos que procuram uma vida melhor.  


    são irmãos que Têm fome, são irmãos que são perseguidos, são irmãos que estão feridos, são irmãos que são explorados e são irmãos que são vítimas de guerras.”

  • Concordo com a primeira parte da explicação do amigo abaixo. Entretanto, creio que a Elipse seja do sujeito ELES.


    "ELES são homens e mulheres como nós, ELES são irmãos que procuram uma vida melhor..."

  • Caí na impessoalidade do verbo haver. Que vergonha!

  • O papa alertou: “são homens e mulheres como nós, irmãos que procuram uma vida melhor. irmãos Têm fome, irmãos são perseguidos, irmãos estão feridos, irmãos são explorados e irmãos são vítimas de guerras.”