SóProvas


ID
1697260
Banca
Prefeitura do Rio de Janeiro - RJ
Órgão
Câmara Municipal do Rio de Janeiro
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                          Velho mal disfarçado

      Os cigarros e cachimbos eletrônicos são a nova roupagem tecnológica de um velho e conhecido produto que faz mal à saúde — o tabaco, principal causa evitável de doenças e mortes no mundo. Ao contrário do que tem sido divulgado, longe de ser um sonho para os fumantes, fumar (vaporizar) tabaco através destes dispositivos eletrônicos que liberam a nicotina pode se transformar num pesadelo para a saúde pública e um novo filão de lucro, um sonho para a indústria do tabaco.

      O cigarro eletrônico produz um vapor que não é inofensivo. Ele tem mais de oito mil sabores, o que favorece a captação de adolescentes curiosos, além da sedução por novidades tecnológicas. A propaganda de cigarro, proibida na mídia, vem ressurgindo, induzindo os jovens, e mesmo personalidades e formadores de opinião, a acreditarem que o uso deste produto não gera prejuízos para a saúde. Além disso, não há estudos científicos que provem que eles ajudam a parar de fumar.

      O vapor que conduz a nicotina às vias respiratórias do fumante de cigarro eletrônico não é composto somente por água, tendo em sua composição o gelo seco (propilenoglicol), substância que não é liberada para inalação por apresentar riscos de doenças respiratórias. O gelo seco, quando aquecido, forma outra substância (óxido de propileno) com evidências de ser cancerígena.

      Embora o vapor não contenha alcatrão e monóxido de carbono — presentes na fumaça do cigarro convencional —, há diversas substâncias que causam doenças respiratórias, câncer de pulmão e em outros órgãos, tais como as nitrosaminas, creolina (acroleína), formol (formaldeído) e metais pesados. Também libera um anticongelante (etilenoglicol) que causa desde irritação na pele, olhos, nariz, garganta até convulsão, lesão cerebral, podendo chegar ao coma; e ainda pode causar má-formação no feto.

      A cotinina, subproduto da nicotina, foi encontrada em níveis semelhantes aos da fumaça do cigarro em pessoas expostas ao vapor dos cigarros eletrônicos. Nesse caso, aplicam-se as restrições da Lei Antifumo brasileira.

      Como representantes de entidades médicas, de pesquisa e da sociedade civil, nos sentimos no dever de passar aos leitores estas informações. Nossas principais preocupações são com a desinformação quanto aos riscos dos cigarros eletrônicos, que podem levar os jovens iniciantes e os fumantes que desejam parar de fumar a acreditar que somente o cigarro tradicional é o vilão.

      O fumo de tabaco, em suas diversas formas e disfarces, vem enganando seus consumidores há longo tempo. Essa história já aconteceu com os cigarros de baixos teores. Estejamos em alerta, pois não há forma segura de consumo de tabaco. O fumo mata dois de cada três usuários e, com o cigarro eletrônico, não será diferente. Fumar e vaporizar são duas faces cruéis da mesma moeda cunhada no tabaco, que rouba os sonhos e a vida de seis milhões de pessoas a cada ano.

                 Stella Martins e Alberto Araújo. O Globo, 02/06/2015, “Opinião”, 1º caderno, Página 15

Em “dispositivos eletrônicos que liberam a nicotina” – 1º parágrafo, o termo em destaque é um pronome relativo, pois se refere à termo expresso anteriormente e introduz uma oração adjetiva. NÃO é pronome relativo o termo destacado em:

Alternativas
Comentários
  • Na letra "A" o pronome que não retoma termo expresso anteriormente, a função dele é de Conjunção integrante pois inicia oração subordinada substantiva.

  • Gabarito A


    Comentários

    a)  Resposta correta

    QUE” exerce função de conjunção integrante, integra o verbo “acreditar” ao seu complemento “somente o cigarro tradicional é o vilão


    b)  Pronome relativo – “QUE” refere-se ao termo anterior da oração “cigarro eletrônico”, podendo ser substituído pelo pronome “qual”.

    O cigarro eletrônico (...) O QUAL favorece (...).


    c)  Pronome relativo – “QUE” refere-se ao termo anterior da oração “tabaco”, podendo ser substituído pelo pronome “qual”.

    mesma moeda cunhada no tabaco O QUAL rouba os sonhos e a vida.


    d)  Pronome relativo – “QUE” refere-se ao termo anterior da oração “velho e conhecido produto” que por sua vez, refere-se a um termo posterior “tabaco”, “QUE”, portanto, refere-se indiretamente ao “tabaco”, podendo ser substituído pelo pronome “qual”.

    Velo e conhecido produto (tabaco), O QUAL que faz mal à saúde”.


  • Gente, nessas questões de pronome relativo, só lembrar o seguinte:

     

    Quando o "que" estiver se referindo a um SUBSTANTIVO = PRONOME RELATIVO

    Quando o "que" estiver ligado a um ADJETIVO ou a um VERBO, como na letra A = CONJUNÇÃO

     

    BONS ESTUDOS! QUEM ACREDITA, SEMPRE ALCANÇA!

  • o maior problema seria entre a e b, mas, na alternativa b sempre que a palavra o estiver antes de que sera pronome demostrativo é só trocar pela palavra aquilo é só fazer sentido e pronto o pronome relativo que  retoma o antecedente o, ja na na  tem o verbo acreditar, quem acredita , acretida em alguma coisa, e esse que como é uma conjunção integrante pode ser trocada por isso "em+isso= nisso" acreditar nisso fica a dica.

    bons estudos !!!