- ID
- 1699399
- Banca
- Instituto Acesso
- Órgão
- Colégio Pedro II
- Ano
- 2015
- Provas
- Disciplina
- Português
- Assuntos
A questão abaixo toma por base o seguinte texto, de Caetano Veloso (O Globo: 08/07/2012):
“A não concordância de número nos verbos e adjetivos relacionados também me faziam mal." Essa foi demais. A
não concordância de número me “faziam" mal? Não tinha relido aquele artigo em que chamei o acento grave de
agudo. Não vi é que um erro maior tinha passado. A frase – que abre o artigo de hoje – é um erro perfeito.
Senilidade & masoquismo. Quem me chamou a atenção foi o professor André Valente, a quem devo tanto (ele
levou Moreno, na adolescência, a gostar de português como matéria escolar, o que elevou o nível do diálogo com
meu filho mais velho para um patamar acima do maravilhoso entendimento emocional-afetivo que ele e eu já
tínhamos). Se eu fosse mais organizado, ia escrever aqui sempre sobre fatos da língua. A discórdia com os
sociolinguistas terminaria em alguma concórdia (para confirmar o diagnóstico de Roberto Schwarz).
Uma piada deles sobre os que gostam de defender a norma culta saberem menos sobre ela do que eles – que
supostamente a desprezam – servirá sempre como uma lição a mais (e mais exigente) a ser divulgada sobre o
melhor uso das regras vigentes (Marcos Bagno fez isso com Dora Kramer num livro; poderia fazer mais com meu
grave agudo e mais ainda com minha discordante demanda por concordância).
O cronista escreve “aquele artigo em que chamei o acento grave de agudo". Para entender que o significado do verbo “chamar" é “denominar, dar nome", é preciso reconhecer que o sintagma “de agudo" se relaciona com