Compare-se a Bahia caymmiana com o que se
passava no Brasil Meridional - em São Paulo,
especialmente. Costumo dizer, a propósito, que,
enquanto o Centro-Sul ia a todo vapor, a Bahia era
um barco a vela. Assim é que 1941 é o ano da
criação da Companhia Siderúrgica Nacional, mas
também o ano em que Caymmi compõe O Mar e
A Jangada Voltou Só.
O avesso daquela vida baiana - vida estável,
ensolarada, carente de disposição metropolitana,
desenhando-se entre uma cidade tradicional e
uma Itapoã que mal ultrapassava o limiar da
economia de subsistência - podia ser encontrado,
como disse, numa cidade como São Paulo, reino
de urbanitas atirados, em levas, na poderosa e
perigosa maré do progresso. São Paulo vivia
então um intenso processo de redefinição das
relações humanas e sociais, mapeando com
nervosismo elétrico as realidades emergentes.
(RISÉRIO, 2004, p. 512).
A imagem do “barco a vela", relacionada à Bahia, comparada ao “todo vapor", em relação ao Centro-Sul brasileiro, é uma referência ao contraste das duas regiões e ao desenvolvimento dessa última, propiciado pela política