Jogo de panelas
Panelas são muitas e têm muita serventia. Cada qual com sua tampa, seu cabo e seu papel. Para o arroz, uma
exclusiva. Casa com dois, panela de um litro, casa com quatro, a de dois litros; e assim por diante. Para o
feijão, de pressão; para o angu, de pedra-sabão. Para curar anemia, panela de ferro. Depois de lavada, para
não enferrujar, chama do fogo para ela secar. Para fazer pratos com história, panelas herdadas. Para o doce
ficar com brilho, tacho de cobre, e para o cobre ficar brilhante, esfrega limão e sal.
[...]
Para a comida do bebê, as pequeninas, de ágata e de vidro. Para brincar de casinha, lata de sardinha. Para
morador de rua, a que tiver – se tiver. Para exibir, Le Creuset. Para a moqueca, panela de barro. As mais
certeiras? Capixabas, de Goiabeiras.
Para o panelaço, batam nelas com carinho. E pensem bem se a causa é justa. Afinal, panela não tem ideologia.
A panela pode ser velha, mas a comida tem que ser boa. Sempre.
A respeito dos sinais de pontuação empregados no texto, assinale a afirmativa correta.