SóProvas


ID
1716010
Banca
INEP
Órgão
ENEM
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A pátria

Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste! Criança! não verás nenhum país como este! Olha que céu! que mar! que rios! que floresta! A Natureza, aqui, perpetuamente em festa, É um seio de mãe a transbordar carinhos. Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos, Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos! Vê que luz, que calor, que multidão de insetos! Vê que grande extensão de matas, onde impera, Fecunda e luminosa, a eterna primavera! Boa terra! jamais negou a quem trabalha O pão que mata a fome, o teto que agasalha...

Quem com o seu suor a fecunda e umedece, Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!

Criança! não verás país nenhum como este: Imita na grandeza a terra em que nasceste!

BILAC, O. Poesias infantis. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1929.

Publicado em 1904, o poema A pátria harmoniza-se com um projeto ideológico em construção na Primeira República. O discurso poético de Olavo Bilac ecoa esse projeto, na medida em que

Alternativas
Comentários
  • Segundo a Prof. Isabel Vega (Mestra em Letras pela UFRJ):

    Letra A - Errada, uma vez que em momento nenhum do texto é dado um contorno surreal à paisagem. A paisagem natural é grandiosa, mas não surreal.

    B - Correta, pois tanto a  prosperidade individual como a exuberância da terra não dependem do governo, que sequer é citado no texto.

    C - Errada, uma vez que a família também não não é citada no texto.

    D - Errada, pois a riqueza não se limita àquele momento apenas, abrangendo o passado e o futuro: "a natureza perpetuamente em festa."

    E - Errada, pois não há a valorização do trabalhador e sim a do esforço individual: "Quem com o seu suor a fecunda e umedece, Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!"

  • Letra "B" 

    A riqueza de nossa fauna e flora e a prosperidade do indivíduo, por meio do trabalho com a terra, independem de medidas governamentais, visto que no Brasil prevalece a "eterna primavera".

  • A resposta dada pelo Inep aponta, no poema de Olavo Bilac, manifestações de um discurso segundo o qual “a prosperidade individual” e “a exuberância da terra” independem de políticas governamentais. É bem verdade que o poema menciona uma terra que “jamais negou a quem trabalha/ o pão que mata a fome”, relacionando o sucesso individual às condições naturais do país. No entanto, há uma distância entre não se mencionar explicitamente “o governo” e deduzir-se disso que, segundo o enunciador, políticas governamentais não são necessárias para o sucesso dos indivíduos. Ainda que se admita a existência de tal discurso, não há no texto indicadores inequívocos de que tal visão de mundo seja assumida.

    Optamos pela alternativa D, que foi descartada pela Banca, provavelmente, por conta deste raciocínio: a capacidade produtiva não garantiria ao país a riqueza verificada naquele período histórico, uma vez que, segundo o poema, é necessário ainda o empenho de “quem trabalha”. Essa interpretação, entretanto, desconsidera que o conceito de “país” não pode excluir as pessoas que constituem um país.

    Defendemos então a seguinte leitura: tendo em vista que, no período da Primeira República Brasileira (também conhecida como “República Velha”), a produção agrícola era a base da economia, pode-se dizer que “o país trabalhava” e a capacidade produtiva da terra lhe garantia a prosperidade.

    Gabarito oficial: B

    Gabarito Anglo: D

  • O QUE ACHEI ESTRANHO NESTA QUESTÃO FOI O COMANDO DELA MENCIONAR A HARMONIZAÇÃO DA OBRA com um projeto ideológico em construção na Primeira República E A RESPOSTA TRAZER ELEMENTOS DE PROSPERIDADE QUE INDEPENDA DE POLÍTICAS DO GOVERNO. ALTAMENTE CONTRADITÓRIA ESTA RESPOSTA EU ACHEI !

  • Cheguei a uma conclusão que é impossível tirar mais de 35 questões em LINGUAGENS, PARABENIZO qualquer ser humano que tem a intelectualidade de tirar mais de 35 nessa matéria CHATA para CARA***. Todas as outras áreas eu consigo alcançar mais de 35 e próximo de 40, mas nessa é impossível.

  • Boa terra! jamais negou a quem trabalha O pão que mata a fome, o teto que agasalha...

    Quem com o seu suor a fecunda e umedece, Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!

    Apesar de o enunciado dizer sobre um projeto ideológico, o próprio texto afirma que somente com o trabalho/esforço individual alcança prosperidade

    Letra B