SóProvas


ID
1716046
Banca
INEP
Órgão
ENEM
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

À garrafa

Contigo adquiro a astúcia
de conter e de conter-me.
Teu estreito gargalo
é uma lição de angústia.

Por translúcida pões
o dentro fora e o fora dentro
para que a forma se cumpra
e o espaço ressoe.

Até que, farta da constante
prisão da forma, saltes
da mão para o chão
e te estilhaces, suicida,

numa explosão
de diamantes.

PAES, J. P Prosas seguidas de odes mínimas. São Paulo: Cia. das Letras, 1992.

A reflexão acerca do fazer poético é um dos mais marcantes atributos da produção literária contemporânea, que, no poema de José Paulo Paes, se expressa por um(a)

Alternativas
Comentários
  • Letra D.

    Nota-se durante o texto a questão da transformação de algo, que está aprisionado(garrafa=pensamento) e que quando liberto se transforma em algo totalmente diferente e transformador(derramar=palavra;escrita sendo transformada liberada). 

  • que viagem é essa?

     

  • segura na maaaaaaaaaaaaaaaao de Deus e vai para a próxima...

  • Na prova de linguagens eu considero as questões de ''fazer poetico'', ''eu lirico'' como equações trigonométricas. Ou seja, deixe pra TENTAR responder pro final. Isso porque, se fosse possível traçar um paralelo, eu ainda prefereria 3 questões de log para cada 1 de '' fazer poético''. Primeiro, nas exatas o resutado é unico, na interpretação de poemas o significado de uma coisa pra mim pode não significar nada pra você, ou seja, para o autor a resposta é X, mas para alguns alunos a resposta e Y, ai da nessa confusão de erros ai...

  • Ué, e o álcool?

  • essas questões geralmente são muito subjetivas, melhor deixar pro final

  • A. reconhecimento, pelo eu lírico, de suas limitações no processo criativo, manifesto na expressão “Por translúcida pões" = Ele não fala de limitações, e mesmo que falasse isso não seria manifesto por essa expressão.

    B. subserviência aos princípios do rigor formal e dos cuidados com a precisão metafórica, como se observa em “prisão da forma". = Paes definitivamente não era um autor que seguia o rigor formal, até porque ele escreveu nas décadas de 60, 70...

    C. visão progressivamente pessimista, em face da impossibilidade da criação poética, conforme expressa o verso “e te estilhaces, suicida". = É uma visão progressivamente otimista na verdade, pois ele primeiro se sente contido e angustiado e depois transforma esses sentimentos em "diamantes".

    D. processo de contenção, amadurecimento e transformação da palavra, representado pelos versos “numa explosão / de diamantes". = Gabarito.

    O processo de contenção: Contigo adquiro a astúcia de conter e de conter-me. Teu estreito gargalo é uma lição de angústia.

    O processo de amadurecimento: Por translúcida pões o dentro fora e o fora dentro para que a forma se cumpra e o espaço ressoe.

    O processo de transformação: Até que, farta da constante prisão da forma, saltes da mão para o chão e te estilhaces, suicida, numa explosão de diamantes.

    E. necessidade premente de libertação da prisão representada pela poesia, simbolicamente comparada à “garrafa" a ser “estilhaçada". = Ele não vê a poesia como uma prisão, mas como a própria libertação em si, pois é através dela que ele transforma a angústia em "diamantes".

    obs.: também não gostei dessa questão... bastante subjetiva sim!