SóProvas


ID
17278
Banca
FCC
Órgão
TRE-PB
Ano
2007
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: As questões de números 1 a 10 baseiam-se no
texto apresentado abaixo.
Nem o cientista mais ortodoxo pode negar que mexer
com equações é difícil e cansativo. Mas a ciência não deixa de
ser bonita ou agradável apenas por causa disso. A arte, apesar
de bela, também não é fácil: todo profissional sabe a dor e a
delícia de aprender bem um instrumento ou de dominar o pincel
com graça e precisão. É verdade que dificilmente alguém
espera encontrar numa equação ou num axioma as qualidades
próprias da arte, como a harmonia, a sensibilidade e a elegância.
A graça e a beleza das teorias, no entanto, sempre
tiveram admiradores - e hoje mais do que nunca, a julgar pela
quantidade de livros recentes cujo tema central é a sedução e o
encanto dos conceitos científicos. Exagero?
"As leis da física são em grande parte determinadas por
princípios estéticos", afirma o astrônomo americano Mario Livio,
do Telescópio Espacial Hubble, também autor de um livro em
que analisa a noção de beleza dentro da ciência. Ele afirma
que, quando a estética surgiu na Antigüidade, os conceitos de
beleza e de verdade eram sinônimos. Para ele, o traço de união
entre arte e ciência reside exatamente nesse ponto. "As duas
representam tentativas de compreender o mundo e de organizar
fatos de acordo com uma certa ordem. Em última instância,
buscam uma idéia fundamental que possa servir de base para
sua explicação da realidade."
Mas, se o critério estético é tão importante para o pensamento
científico, como ele se manifesta no dia-a-dia dos
pesquisadores? O diretor do Instituto de Arte de Chicago acha
que sabe a resposta. "Ciência e arte se sobrepõem naturalmente.
Ambas são meios de investigação, envolvem idéias,
teorias e hipóteses que são testadas em locais onde a mente e
a mão andam juntas: o laboratório e o estúdio", afirma.
Acredita-se que as descobertas científicas sirvam de
inspiração para os artistas, e as obras de arte ajudem a alargar
o horizonte cultural dos cientistas. Na prática, essa mistura gera
infinitas possibilidades. A celebração que artistas buscam hoje
já ocorreu diversas vezes no passado, de maneira mais ou
menos espetacular. Na Renascença, a descoberta da
perspectiva pelos geômetras encantou os pintores, que logo
abandonaram as cenas sem profundidade do período clássico e
passaram a explorar sensações tridimensionais em seus
quadros. Os arquitetos também procuravam dar às igrejas um
desenho geometricamente perfeito; acreditavam, com isso, que
criavam um portal para o mundo metafísico das idéias
religiosas.
No século XX, essa tendência voltou a crescer. A grande
preocupação dos pintores impressionistas com a luz, por
exemplo, tem muito a ver com as conquistas da ótica. A
matemática também teria influenciado a pintura do russo
Wassily Kandinsky, segundo o qual "tudo pode ser retratado por
uma fórmula matemática". Seu colega Paul Klee achou um jeito
de colocar em vários quadros alguma referência às progressões
geométricas. Bem-humorado, brincava com as idéias da matemática
dizendo que "uma linha é um ponto que saiu para
passear".
(Adaptado de Flávio Dieguez. Superinteressante, junho de
2003, p. 50 a 54)

... acreditavam, com isso, que criavam um portal para o mundo metafísico das idéias religiosas. (5o parágrafo) Os verbos grifados acima, considerando-se o tempo e o modo em que se encontram, indicam, no contexto,

Alternativas
Comentários

  • a) processo em decurso permanente no passado = Pretérito Imperfeito do Indicativo = Ação Inacabada.
  • A opção A descreve o Pretérito Imperfeito. Ele apresenta uma idéia de continuidade, de duração do processo verbal mais acentuada que os outros tempos pretéritos.
    " O imperfeito faz ver sucessivamente os diversos momentos da ação, que , à semelhança de um panorama em movimento, se desenrola diante de nossos olhos: é o presente no passado" ( C.M Robert)
  • Ambas estão no Pretérito Imperfeito.
    Logo, dão idéia de processo em decurso permanente no passado.
  • "acreditavam" e "criavam":Os verbos estão conjugados no pretérito imperfeito do indicativo.
    a) processo em decurso permanente no passado. (Correta)
    Refere-se ao pretérito imperfeito do indicativo. Uma ação inacabada no passado. Ex: acreditava, criava.
    b) ação realizada em um tempo determinado, no passado. (Errada)
    Refere-se ao pretérito perfeito do indicativo. Uma ação iniciada e acabada no passado. Ex: acreditou, criou.

    c) probabilidade de realização de um fato qualquer. (Errada)
    Refere-se aqui apenas ao modo subjuntivo. Não menciona o tempo. Expressa a ideia de uma hipótese. Ex: talvez acredite, talvez crie.

    d) situação transcorrida no passado, anterior a outra, também passada. (Errada)
    Refere-se ao pretérito-mais-que-perfeito do indicativo. Ex: acreditara, criara.

    e) condição essencial para a realização de um fato. (Errada)
    "Salvo engano, acredito que" refere-se aqui ao futuro do presente (composto). (Corrijam-me se eu estiver enganado).

    Sugestões:
    Para o estudo das conjugações verbais: www.conjugacao.com.br
    Para o estudo do conceito dos tempos verbais: www.soportugues.com.br