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ID
1730548
Banca
FGV
Órgão
FIOCRUZ
Ano
2010
Provas
Disciplina
Arquitetura
Assuntos

A noção de historicidade e a valorização do passado remonta ao séc. XV, quando houve interesse crescente pelas obras da Antiguidade. Mas foi somente a partir do século XVIII, com o Iluminismo, que a noção de História, entendida como é hoje, ganhou forma. A França de fins do século XVIII e início do XIX, no período pós-revolucionário, apresentava um quadro de desolação do seu patrimônio artístico. Também na Inglaterra, as profundas e aceleradas modificações geradas pela recente industrialização contribuíram para o nascimento de um sentimento de preservação, diante das reais ameaças de perda e de obsolescência.
Esses movimentos, somados à consolidação da noção de monumento como documento histórico, deram origem a uma nova maneira de encarar a herança cultural, que resultou nos movimentos de preservação e de restauração de monumentos.

A partir do texto, analise os conceitos apresentados a seguir.

I “Uma só coisa deve ser evitada a todo custo do ponto de vista do valor de antiguidade: a intervenção arbitrária da mão do homem no estado do monumento. Não se deve nem acrescentar, nem eliminar, sem substituir aquilo que se alterou no decorrer dos anos sob a ação das forças naturais, assim como não se devem suprimir acréscimos que alteraram a forma original.”

II “A palavra e o assunto são modernos. Restaurar um edifício não é mantê-lo, repará-lo ou refazê-lo, é restabelecê-lo em um estado completo que pode jamais ter existido em um dado momento.”

III “O restauro constitui o momento metodológico do reconhecimento da obra de arte, na sua consistência física e na sua dupla polaridade estética e histórica, com vistas à sua transmissão ao futuro”

IV “Nem pelo público, nem por aqueles que são responsáveis por monumentos públicos, o verdadeiro sentido da palavra restauração é entendido. Significa a mais total destruição após a qual nenhum remanescente pode ser reunido; uma destruição acompanhada de uma falsa descrição do objeto destruído.” 

Assinale a alternativa que apresenta, corretamente e na mesma ordem, os autores desses conceitos.

Alternativas
Comentários
  • Gab. E

    Alois Riegl: I “Uma só coisa deve ser evitada a todo custo do ponto de vista do valor de antiguidade: a intervenção arbitrária da mão do homem no estado do monumento. Não se deve nem acrescentar, nem eliminar, sem substituir aquilo que se alterou no decorrer dos anos sob a ação das forças naturais, assim como não se devem suprimir acréscimos que alteraram a forma original.”

    Eugène Emmanuel Viollet-le-Duc: II “A palavra e o assunto são modernos. Restaurar um edifício não é mantê-lo, repará-lo ou refazê-lo, é restabelecê-lo em um estado completo que pode jamais ter existido em um dado momento.”

    Cesare Brandi: III “O restauro constitui o momento metodológico do reconhecimento da obra de arte, na sua consistência física e na sua dupla polaridade estética e histórica, com vistas à sua transmissão ao futuro”

    John Ruskin: IV “Nem pelo público, nem por aqueles que são responsáveis por monumentos públicos, o verdadeiro sentido da palavra restauração é entendido. Significa a mais total destruição após a qual nenhum remanescente pode ser reunido; uma destruição acompanhada de uma falsa descrição do objeto destruído.” 

  • (Complementando)

    - Cesare Brandi: o objeto restaurado não deve voltar ao momento da sua criação, ele deve carregar as marcas do tempo, respeitando suas marcas, ou seja, as contribuições de cada tempo

    - Camillo Boito: coexistência de vários estilos, diferenciando os tempos de intervenções

    > Restaurar expondo as marcas do tempo

    > Princípios + usados atualmente

    > Usa ≠s materiais e técnicas construtivas

    > “Consolidar antes de reparar e reparar antes de restaurar, evitando adições e renovações”

    - John Ruskin

    > Defende o ruinismo e a autenticidade histórica

    > Valor histórico beleza

    > “Restauração é impossível e absurda” (portanto, anti-intervenção)

    > Venerava a pátina

    > Restauração romântica

    > Restauração é uma mentira do começo ao fim, a pior forma de destruição, já que atenta contra a pátina do tempo, onde se encerra a verdadeira preciosidade da arquitetura