Analise o texto político, que apresenta uma visão muito próxima de importantes reflexões do filósofo italiano Maquiavel,
um dos primeiros a apontar que os domínios da ética e da política
são práticas distintas.
“A política arruína o caráter", disse Otto von Bismarck
(1815-1898), o “chanceler de ferro" da Alemanha, para quem
mentir era dever do estadista. Os ditadores que agora enojam
o mundo ao reprimir ferozmente seus próprios povos nas praças árabes foram colocados e mantidos no poder por nações
que se enxergam como faróis da democracia e dos direitos
humanos: Estados Unidos, Inglaterra e França. Isso é condenável?
Os ditadores eram a única esperança do Ocidente
de continuar tendo acesso ao petróleo árabe e de manter um
mínimo de informação sobre as organizações terroristas islâmicas.
Antes de condenar, reflita sobre a frase do mais extraordinário
diplomata americano do século passado, George
Kennan, morto aos 101 anos em 2005: “As sociedades não vivem
para conduzir sua política externa: seria mais exato dizer
que elas conduzem sua política externa para viver".
(Veja, 02.03.2011. Adaptado.)
A associação entre o texto e as ideias de Maquiavel pode ser
feita, pois o filósofo