SóProvas


ID
1737868
Banca
Marinha
Órgão
COLÉGIO NAVAL
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Aumenta o número de adultos que não consegue focar sua atenção em uma única coisa por muito tempo. São tantos os estímulos e tanta a pressão para que o entorno seja completamente desvendado que aprendemos a ver e/ou fazer várias coisas ao mesmo tempo. Nós nos tornamos, à semelhança dos computadores, pessoas multitarefa, não é verdade?

Vamos tomar como exemplo uma pessoa dirigindo. Ela precisa estar atenta aos veículos que vêm atrás, ao lado e à frente, à velocidade média dos carros por onde trafega, às orientações do GPS ou de programas que sinalizam o trânsito em tempo real, às informações de alguma emissora de rádio que comenta o trânsito, ao planejamento mental feito e refeito várias vezes do trajeto que deve fazer para chegar ao seu destino, aos semáforos, faixas de pedestres etc.

Quando me vejo em tal situação, eu me lembro que dirigir, após um dia de intenso trabalho no retorno para casa, já foi uma atividade prazerosa e desestressante.

O uso da internet ajudou a transformar nossa maneira de olhar para o mundo. Não mais observamos os detalhes, por causa de nossa ganância em relação a novas e diferentes informações. Quantas vezes sentei em frente ao computador para buscar textos sobre um tema e, de repente, me dei conta de que estava em temas que em nada se relacionavam com meu tema primeiro.

Aliás, a leitura também sofreu transformações pelo nosso costume de ler na internet. Sofremos de uma tentação permanente de pular palavras e frases inteiras, apenas para irmos direto ao ponto. O problema é que alguns textos exigem a leitura atenta de palavra por palavra, de frase por frase, para que faça sentido. Aliás, não é a combinação e a sucessão das palavras que dá sentido e beleza a um texto? 

Se está difícil para nós, adultos, focar nossa atenção, imagine, caro leitor, para as crianças. Elas já nasceram neste mundo de profusão de estímulos de todos os tipos; elas são exigidas, desde o início da vida, a dar conta de várias coisas ao mesmo tempo; elas são estimuladas com diferentes objetos, sons, imagens etc.

Aí, um belo dia elas vão para a escola. Professores e pais, a partir de então, querem que as crianças prestem atenção em uma única coisa por muito tempo. E quando elas não conseguem, reclamamos, levamos ao médico, arriscamos hipóteses de que sejam portadoras de síndromes que exigem tratamento etc.

A maioria dessas crianças sabe focar sua atenção, sim. Elas já sabem usar programas complexos em seus aparelhos eletrônicos, brincam com jogos desafiantes que exigem atenção constante aos detalhes e, se deixarmos, passam horas em uma única atividade de que gostam.

Mas, nos estudos, queremos que elas prestem atenção no que é preciso, e não no que gostam. E isso, caro leitor, exige a árdua aprendizagem da autodisciplina. Que leva tempo, é bom lembrar.

As crianças precisam de nós, pais e professores, para começar a aprender isso. Aliás, boa parte desse trabalho é nosso, e não delas.

Não basta mandarmos que elas prestem atenção: isso de nada as ajuda. O que pode ajudar, por exemplo, é analisarmos o contexto em que estão quando precisam focar a atenção e organizá-lo para que seja favorável a tal exigência. E é preciso lembrar que não se pode esperar toda a atenção delas por muito tempo: o ensino desse quesito no mundo de hoje é um processo lento e gradual.

                     SAYÃO, Rosely. Profusão de estímulos. Folha de São Paulo, 11 fev. 2014 - adaptado. 

Em que opção a forma verbal em destaque transmite a ideia de continuidade, de processo que era constante ou freqüente?

Alternativas
Comentários
  • Errei a questão, mas depois que fui entender o enunciado. 

    Na minha humilde opinião..

     

    "ideia de continuidade, de processo que era (aí está a parte principal de toda a questão, verbo ser no Pretérito imperfeito) constante ou freqüente"

     

    Pretérito imperfeito do indicativo 

     

    EU RELACIONAVA

    TU RELACIONAVAS

    ELE RELACIONAVA

    NÓS RELACIONÁVAMOS

    VÓS RELACIONÁVEIS

    ELES RELACIONAVAM

     

    Ou seja, dá uma ideia de que ERA COSTANTE, OU SEJA, QUE JÁ FOI.

    Tanto que se você conjugar o verbo ser no pretérito imperfeito do indicativo, do próprio enunciado você terá: 

     

    Eu era

    Tu eras

    Ele era

    Nós eramos

    Vós éreis

    Eles eram

     

    E nenhuma das assertivas dá ideia de algo que já aconteceu de modo semelhante ao verbo SER do enunciado.. Exemplo: a assertiva A, "JÁ FOI" está no Pretérito PERFEITO. E as demais assertivas encontram-se em diferentes tempos verbais, só reparar o tempo de cada uma e fazer a eliminação, o que não se torna fácil em uma questão desse nível. Mas é isso, devemos ter atenção e estudar mais... 

     

    Bons estudos!

     

  • Macete: Pretérito imperfeito = Passado continuo (ALGO QUE ACONTECEU NO PASSADO E NÃO FOI CONCLUÍDO, PODENDO-SE ESTENDER ATÉ O PRESENTE)