SóProvas


ID
1738297
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Ao receber o título de Doutor Honoris Causa em Comunicação e Cultura na Universidade de Turim, no último dia 11 de junho, o escritor e filósofo Umberto Eco referiu-se aos usuários das mídias sociais como “uma legião de imbecis, que antes falavam apenas no bar, depois de uma taça de vinho, sem prejudicar a coletividade”. O consagrado autor de “O Nome da Rosa” foi além: “Normalmente, eles, os imbecis, eram imediatamente calados, mas agora têm o mesmo direito à palavra que um Prêmio Nobel”. Não satisfeito, acrescentou: “O drama da internet é que ela promoveu o idiota a portador da verdade”.

      É triste constatar que há uma boa dose de verdade na fala do escritor italiano, mas dar voz também aos imbecis talvez seja o preço da liberdade. Quem frequenta as redes sociais de forma ampla, em rol de “amizades” que vá além do, digamos, círculo de convivência presencial, sabe do que se trata. Não se pode negar a mídia social como palco revelador das faces verdadeiras: personalidades, crenças e crendices, ódios e amores antes recolhidos são catapultados do teclado para o mundo, satisfazendo aquele desejo de boa parcela da humanidade de se exibir. Contudo, essa liberdade de expressão, absoluta nas redes, não exime ninguém de crimes como calúnia, difamação, insulto, escárnio por motivo religioso, favorecimento da prostituição, ato ou escrito obsceno, incitação ao crime, apologia do crime, falsa identidade, pedofilia, preconceito, discriminação ou revelação de segredo profissional, todos descritos no Código Penal.

      Para brilhar sem sustos no Facebook, no Instagram ou no Youtube, o internauta deve medir as consequências de suas postagens. “A internet não é um mundo sem lei. O Código Penal, que é relativamente antigo em comparação com a tecnologia, é aplicável à internet”, afirma o advogado Rony Vainzof, especialista em crimes digitais. “Pessoas chegam a se matar por causa do alcance de crimes contra a honra em rede social, porque não se permite o arrependimento. A lesão é muito grande não só para as vítimas, mas também para o agressor, porque, além da punição judicial, há a punição social por determinada conduta, que às vezes é até maior”, explica. É ilustrativo o caso da executiva americana Justine Sacco. Antes de embarcar a trabalho para a África do Sul, ela tuitou: “Indo para a África. Espero que não pegue Aids. Brincadeira, sou branca”. Ao pousar no seu destino, ela não apenas estava demitida da empresa em que trabalhava, como havia tido uma foto sua postada e compartilhada 1164 vezes. Funcionários dos hotéis locais ameaçaram fazer greve caso Justine fosse aceita como hóspede.

(Paulo Henrique Arantes e Joaquim Carvalho, As redes sociais e os inadvertidos criminosos virtuais.

                                                                       Revista da CAASP, agosto 2015, p. 14 a 18. Adaptado)

Assinale a alternativa na qual o verbo (II) expressa ação ocorrida em tempo anterior ao da ação do verbo (I).

Alternativas
Comentários
  • reposta B

    Maneira mais fácil de se resolver é ler com calma...

    Ao pousar no destino, havia tido uma foto... Ou seja, quando ela pousou já tinha acontecido o compartilhamento de suas fotos.

    Bons estudos ;)

  • Letra B - Ao pousar no seu destino, ela […] (II) havia tido uma foto sua postada e compartilhada 1164 vezes


    O segundo verbo está no pretérito mais que perfeito do indicativo, que exprime uma ideia anterior ao pretérito perfeito do indicativo (1° verbo).


    #DICA: Verbos no pretérito mais que perfeito do indicativo apresenta como terminação -RA, por exemplo: ele chegou, ela saíra.

    Esses tipos de verbos admitem a forma composta com TINHA ou HAVIA mais o verbo principal no particípio, seguindo o exemplo anterior: ele chegou, ela tinha saído ou havia saído.


    Bons estudos!!


  • (Tinha ou Havia + particípio= RA)

    Sendo assim a Locução verbal HAVIA TIDO  = Pretérito mais que perfeito do indicativo.

  • CONCORDO COM O CARO COLEGA THIAGO!

    ACERTEI A QUESTÃO INTERPRETANDO CADA ALTERNATIVA.


    GABARITO: LETRA "B"

  • havia tido = tivera, ou seja, pretérito mais que perfeito.

  • Também concordo com o Thiago, as bancas vêm explorando muito o valor semântico das orações, isto é, se compreender o sentido das orações fica fácil saber o gabarito.

  • letra E deixou dúvida....

  • "Ao pousar no seu destino, ela não apenas estava demitida da empresa em que trabalhava, como havia tido uma foto sua postada e compartilhada 1164 vezes."

    GABARITO : B

     

    @Daniel Dias....e) Quem (I) frequenta as redes sociais de forma ampla […] (II) sabe do que se trata.

     

    "Se vc frequenta, vc sabe." Então, vc precisa "frequentar" primeiro para depois "saber", ou seja, frequentar (I) acontece antes de saber (II), e o comando da questão pede: Assinale a alternativa na qual o verbo (II) expressa ação ocorrida em tempo anterior ao da ação do verbo (I).​ Entendeu?

     

    Espero ter ajudado! Bons estudos!!! ;)

  • - Pretérito mais-que-perfeito composto : o verbo auxiliar TER/HAVER vem no pretérito imperfeito do indicativo: TINHA/HAVIA + particípio.

    Assim, as duas frases abaixo são pretérito mais-que-perfeito composto:

    Eu tinha (pretérito imperfeito do indicativo) falado (particípio).  

    Eu havia (pretérito imperfeito do indicativo) tido (particípio)

  • O verbo (II) expressa ação ocorrida em tempo anterior ao da ação do verbo (I).

    Isso é Pretérito mais-que-perfeito, pois exprime um fato passado concluído, em relação a outro fato passado.