SóProvas


ID
1741966
Banca
Prefeitura do Rio de Janeiro - RJ
Órgão
Prefeitura de Rio de Janeiro - RJ
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

            Texto: Insustentabilidade dos agrotóxicos

      O Brasil é o campeão mundial no uso de agrotóxicos no cultivo de alimentos. Cerca de 20% dos pesticidas fabricados no mundo são despejados em nosso país. Um bilhão de litros ao ano: 5,2 litros por brasileiro! Ao recorde quantitativo soma-se o drama de autorizarmos o uso das substâncias mais perigosas, já proibidas na maior parte do mundo por causarem danos sociais, econômicos e ambientais.

      Pesquisas científicas comprovam os impactos dessas substâncias nas vidas de trabalhadores rurais, consumidores e demais seres vivos, revelando como desencadeiam doenças como câncer, disfunções neurológicas e má-formação fetal, entre outras. [...]

      O poder das transnacionais que produzem agrotóxicos (uma dúzia delas controla 90% do que é ofertado no mundo) permite que o setor garanta a autorização desses produtos danosos nos países menos desenvolvidos, mesmo já tendo sido proibidos em seus países de origem.

      As pesquisas para a emissão de autorizações analisam somente os efeitos de cada pesticida isoladamente. Não há estudos que verifiquem a combinação desses venenos que se misturam no ambiente e em nossos organismos ao longo dos anos.

      É insustentável a afirmação de que a produção de alimentos, baseada no uso de agrotóxicos, é mais barata. Ao contrário, os custos sociais e ambientais são incalculáveis. Somente em tratamentos de saúde há estimativas de que, para cada real gasto com a aquisição de pesticidas, o poder público desembolsa R$1,28 para os cuidados médicos necessários. Essa conta todos nós pagamos sem perceber.

      O modelo monocultor, baseado em grandes propriedades e utilização de agroquímicos, não resolveu nem irá resolver a questão da fome mundial (872 milhões de desnutridos, segundo a FAO).

      Esse sistema se perpetua com a expansão das fronteiras de cultivo, já que ignora a importância da biodiversidade para o equilíbrio do solo e do clima, fazendo com que as áreas utilizadas se degradem ao longo do tempo. Ele cresce enquanto há novas áreas a serem incorporadas, aumentando a destruição ambiental e o êxodo rural.

      Em um planeta finito, assolado por desequilíbrios crescentes, a terra fértil e saudável é cada vez mais preciosa para garantir a sobrevivência dos bilhões de seres humanos.

      Infelizmente não há meio termo nesse setor. É impossível garantir a qualidade, a segurança e o volume da produção de alimentos dentro desse modelo degradante. Não há como incentivar o uso correto de pesticidas. Isso não é viável em um país tropical como o Brasil, em que o calor faz roupas e equipamentos de segurança, necessários para as aplicações, virarem uma tortura para os trabalhadores.

      Há que buscar solução na transição agroecológica, ou seja, na gradual e crescente mudança do sistema atual para um novo modelo baseado no cultivo orgânico, mantendo o equilíbrio do solo e a biodiversidade, e redistribuindo a terra em propriedades menores.

      Isso facilita a rotatividade e o consórcio de culturas, o combate natural às pragas e o resgate das relações entre os seres humanos e a natureza, valorizando o clima e as espécies locais.

     Existem muitas experiências bem-sucedidas em nosso país e em todo o mundo, que comprovam a viabilidade desse novo modelo. Até em assentamentos da reforma agrária há exemplos de como promover a qualidade de vida, a justiça social e o desenvolvimento sustentável. [...]

     A outra opção é seguir nos iludindo com os falsos custos dos alimentos, envenenando nossa terra, reduzindo a biodiversidade, promovendo a concentração de renda, a socialização dos prejuízos e a criação de hospitais especializados no tratamento de câncer, como ocorre em Unaí (MG), onde se multiplicam os casos dessa gravíssima doença, devido ao cultivo tóxico de feijão.

Frei Betto. Disponível em: http://www.freibetto.org/index.php/ artigos/14-artigos/33-

                                        insustentabilidade-dos-agrotoxicos. Acesso em 8/05/2015.

O hífen é necessário em má-formação – 2º parágrafo e em bem-sucedidas – 12º parágrafo. Assim como nessas palavras, o uso do hífen está correto em:

Alternativas
Comentários
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    Prefixo "extra": correto é extrauterino

    Obs.: O mesmo ocorre com o prefixo "contra". O correto é contraindicação.

    Apenas em dois casos se usa o hífen: os dois casos estão no âmbito das normas gerais

    a) quando o elemento seguinte se inicia pela mesma vogal que termina o prefixo: extra-alcance,extra-amazônico, extra-atmosférico;

    b) quando o elemento seguinte se inicia por hextra-hispânico, extra-hospitalar, extra-humano.

    ----------------------------------------------------------------------------

    Prefixo "não": o correto é "não fumante" Com o novo acordo ortográfico, o prefixo "não" perdeu o hífen em todas as situações, mantendo as palavras separadas.

    ----------------------------------------------------------------------------

    Prefixo "recém": gabarito

    Os prefixos oxítonos terminados em "-em", graficamente acentuados, sempre são presos por hífen ao termo subsequente. É o que justifica grafias como "além-mar", "além-túmulo", "além-fronteiras", "aquém-mar", recém-nascido, recém-inaugurado etc.

    Note que o hífen nesses casos independe da letra inicial do segundo termo. Ele ocorre em qualquer situação. Essa regra não sofreu alteração com a reforma ortográfica.

    ----------------------------------------------------------------------------

    RESUMO:

    Prefixo "extra" >> depende, leva hífen se a palavra seguinte começar com "h" ou com a vogal que terminar o prefixo

    Prefixo "contra" >> depende, leva hífen se a palavra seguinte começar com "h" ou com a vogal que terminar o prefixo

    Prefixo "não" >> nunca leva hífen e as palavras ficam separadas

    Prefixo "recém" >> sempre leva hífen

  • RECÉM-NASCIDO.

  • SEMPRE TEM HÍFEN:
    Prefixos: Ex, sem, além, aquém, recém, vice, pré, pró, pós (estes 3 últimos quando tônicos)

    Ex: pré-histórico, vice-presidente, auquém-mar, além-tumulo, sem-terra, pós-graduado, ex-aluno.

  • NÃO SE USA O HÍFEN COM AS PALAVRAS NÃO E QUASE, ao possuir FUNÇÃO PREFIXAL. EX.: NÃO VIOLÊNCIA, NÃO AGRESSÃO, QUASE DELITO.

  • O hífen é necessário em má-formação – 2º parágrafo e em bem-sucedidas – 12º parágrafo. Assim como nessas palavras, o uso do hífen está correto em:


    MALFORMAÇÃO E MÁ-FORMAÇÃO, ambas estão corretas. Já a palavra "máformação" ( sem hífen ) não existe a uma porque sim, decora e pronto; a dois porque é ilógico palavra acentuada anterior a terceira sílaba de trás para frente, isso não existe na língua portuguesa.


    "BEM-SUCEDIDAS" com a semântica de sucesso, é com hífen. Além, aquém, bem, ex, super, pós, pré, pró, recém, sem, sota, soto, vice e vizo sempre exigem hífen, como em recém-formado e além-túmulo.



    A) extra-uterino.

    INCORRETO. Os prefixos AUTO, CONTRA, EXTRA, INFRA, INTRA, NEO, PROTO, PSEUDO, SEMI, SUPRA, ULTRA, ANTE, ANTI, ARQUI e SOBRE passaram a exigir hífen diante de palavras iniciadas pela consoante H ou por vogal idêntica à do prefixo. Exemplos: Auto-hipnose / contra-hegemonia / extra-atividade / proto-história / arqui-inimigo / sobre-humano / sobreaviso.


    Portanto, a correta escrita da palavra é EXTRAUTERINO. Extrauterino não tem hífen após o prefixo extra devido ao fato de que uterino nem começa com H e nem começa com A ( que é a letra que termina o prefixo extra).



    @juniortelesoficial

  • B) não-fumante.

    INCORRETO. Após a reforma ortográfica o uso do prefixo NÃO passou a ser usado sem hífen. Portanto, o correto é "NÃO FUMANTE". Outros exemplos: Não verbal, não concluído, não poluente.



    @juniortelesoficial

  • C) recém-nascido.

    CORRETO. ALÉM, AQUÉM, BEM, EX, SUPER, PÓS, PRÉ, PRÓ, RECÉM, SEM, SOTA, SOTO, VICE e VIZO sempre exigem hífen. Exemplos: Recém-formado / além-túmulo / super-homem / ex-namorado / vice-diretor.



    @juniortelesoficial

  • D) contra-indicação.

    INCORRETO. Os prefixos AUTO, CONTRA, EXTRA, INFRA, INTRA, NEO, PROTO, PSEUDO, SEMI, SUPRA, ULTRA, ANTE, ANTI, ARQUI e SOBRE passaram a exigir hífen diante de palavras iniciadas pela consoante H ou por vogal idêntica à do prefixo. Exemplos: Auto-hipnose / contra-hegemonia / extra-atividade / proto-história / arqui-inimigo / sobre-humano / sobreaviso.



    Portanto, o correto é CONTRAINDICAÇÃO.




    @juniortelesoficial

  • recém-nascido

  • Letras diferentes não tem hífen e são juntas: neoliberalismo, extraoficial

    Letras iguais atraem o hífen: anti-inflamatório, arqui-inimigo