Ao utilizar a expressão “gesto impulsivo”, Winnicott
parece querer marcar a base corporal do gesto – assim como seu caráter de
impulso ou ímpeto corporal -, afastando-o de qualquer abstração. O gesto como
ação simbólica nasce de uma corporeidade irredutível e, por isso mesmo, dizemos
gesto, e não mensagem, já que não se trata de uma comunicação em abstrato. A
motricidade não é pensada, aqui, no entanto, como uma mecânica, e sim como a
expressividade potencial de um Ser nascente: trata-se precisamente, do veículo
do gesto espontâneo do psicossoma humano, uma vez que a condição de um vir-a-ser
estejam garantidas. p. 135
Volich, Ferraz e Ranna (orgs). Psicossoma IV – Corpo, história e pensamento. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2008