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ID
1755814
Banca
FCC
Órgão
TRT - 9ª REGIÃO (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Considere o texto abaixo para responder à questão.

    Há uma explicação para a escultura de Picasso não ter sido reunida com frequência. Picasso, o filho de pintor, treinado como pintor, não se levava a sério como escultor. Não considerava as esculturas vendáveis ou tema de exposição. Ele as guardava em casa e no estúdio, misturadas aos objetos da decoração. Depois de sua morte, em 1973, a organização do espólio permitiu que obras fossem adquiridas por outras coleções. Embora as esculturas ficassem longe do público, elas foram vistas por artistas que visitavam Picasso.

    O diálogo do pintor com o escultor é constante. A escultura, diz a curadora Ann Temke, adaptava-se ao temperamento irrequieto de Picasso, que se permitia improvisação no meio. Na década em que predomina o metal, ela se diverte com a ideia do artista mais rico da história frequentando ferros-velhos em busca de objetos.

    A influência da arte africana sobre a pintura de Pablo Picasso é conhecida. É só admirar as sublimes Demoiselles D'Avignon, que moram no quinto andar do MoMA. Mas só quando apreciamos a obra em escultura a conexão fica mais evidente e compreensiva. Ann Temke lembra que a visita de Picasso ao Museu Etnográfico de Paris, em 1907, por sugestão do amigo e pintor André Derain, foi um divisor de águas. “A noção de fazer um espírito habitar uma figura vem daí", diz ela. “Você não olha para a escultura europeia daquele tempo e pensa neste poder mágico."

   A curadora vê na representação erótica das formas femininas uma âncora do diálogo entre o pintor e o escultor. “Ele estava mapeando a renovação de sua linguagem em duas e três dimensões ao mesmo tempo.
"

(Adaptado de: GUIMARÃES, Lúcia. O Estado de S. Paulo. 26 Setembro 2015)

Depreende-se do texto:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito A

    b) A escultura, segundo Ann Temke, adapta-se ao temperamento desassossegado de Picasso, ao permitir que o artista percorra universos desconhecidos a ele, como os ferros-velhos. (A razão pela qual a escultura adapta-se ao temperamento de Picasso é porque permitia-lhe que improvisasse no objeto trabalhado - a escultura - a partir do que encontrasse no ambiente: " ...que se permitia improvisação no meio").

    c) A noção de que um espírito pode habitar uma figura tornou-se mais atraente a Picasso a partir do momento em que percorreu com mais afinco o campo da escultura europeia. (A noção referida "iniciou-se" nesse momento: "...foi um divisor de águas" e "a noção (...) vem daí").

    d) Em decorrência da memória de seu pai, também pintor, Picasso considerava a escultura como uma arte menor.  (Ele não menosprezava a arte da escultura, mas, sim, duvidava de suas qualidades e talento como escultor: "Picasso, o filho de pintor, treinado como pintor, não se levava a sério como escultor").

    e) Embora as considerasse bem aceitas pelo mercado consumidor, Picasso preferiu manter suas esculturas em casa, como objetos de decoração pessoal. (Picasso não valorizava suas peças: "Não considerava as esculturas vendáveis ou tema de exposição").


  • O trecho que atesta que a questão A está correta é: "O diálogo do pintor com o escultor é constante".

  • A influência da arte africana sobre a pintura de Pablo Picasso é conhecida. É só admirar as sublimes Demoiselles D'Avignon, que moram no quinto andar do MoMA. Mas só quando apreciamos a obra em escultura a conexão fica mais evidente e compreensiva.

    Correta: A

  • Alguém pode explicar por que a alternativa B está incorreta? Aparentemente, desassossegado faz referência ao espírito inquieto do Picasso, bem como o fato de percorrer ferros-velhos se contrapõe ao fato dele ser um dos artistas mais ricos da história. 

  • A alternativa B não tem nada a ver com o texto, mas gera  indecisão pela semelhanças dos argumento com o excerto. Entretanto, o texto diz que temperamento irriquieto de Picasso lhe permitia IMPROVISAR, e não ir ao FERRO VELHO , como sugere a alternativa.

  • A)

    Justificativa

    A influência da arte africana sobre a pintura de Pablo Picasso é conhecida. É só admirar as sublimes Demoiselles D'Avignon, que moram no quinto andar do MoMA. Mas só quando apreciamos a obra em escultura a conexão fica mais evidente e compreensiva